Acre tem registro de doenças que estavam controladas: ‘pior cenário’, diz coordenação do PNI

Estado acreano registrou um caso de difteria há 15 dias e um suspeito de coqueluche. Coordenação do PNI alertou também que todas as vacinas do calendário de imunização estão com baixa procura.

A coordenação do Programa Nacional de Imunização no Acre (PNI) informou que há baixa cobertura em todas as vacinas do calendário de imunização. Com isso, o estado voltou a registrar doenças que estavam controladas, como a difteria. Houve ainda um caso suspeito de coqueluche.

O caso de difteria foi registrado há 15 dias.

Sobre a Covid-19, o estado é um dos últimos estados no ranking nacional da vacinação contra a doença em relação às duas primeiras doses. Especialmente sobre a dose de reforço, o estado tem cobertura vacinal de apenas 29% do público-alvo.

Em entrevista à Rede Amazônica Acre, nesta terça-feira (19), a coordenadora do PNI, Renata Quiles, disse que o atual cenário de imunização é o pior dos últimos tempos. Sem a vacina, ela alertou que, com essa baixa procura, doenças como o sarampo podem voltar a ser registradas também no estado acreano.

“Não imaginávamos que chegaríamos. Todas as vacinas estão com cobertura baixíssima na história de imunização do país. Doenças como sarampo podem ser reintroduzidas no estado, somos apenas um dos quatro estados que ainda não têm sarampo, nos outros estados todos estão com surto ativo”, alertou.

Renata destacou que os pais precisam ficar atentos e seguir com atenção o calendário vacinal dos filhos. “Quando tenho crianças nascendo e pais não vacinando seus filhos, as doenças vão voltar”, orientou.

Caravanas

Nesta terça, equipes de saúde estiveram com uma caravana de vacinação na Escola Cívico Militar Tiradentes, na região do bairro Calafate. Renata destacou que as ações com as caravanas foram retomadas com força total com a volta das aulas para disponibilizar as vacinas.

“Pretendemos atender não só a capital, mas também o interior. Estamos com uma programação, o próximo município é Porto Acre e pretendemos conseguir alcançar pelo menos as escolas estaduais. A gente quer unir parceria com os municípios para que eles deem continuidade com as municipais”, pontuou.

Renata explicou a importância de concluir o esquema vacinal e garantir uma imunização completa. “A gente tem uma procura muito baixa com a Covid-19 para a dose de reforço. A falsa sensação de que está tudo bem e que não precisamos nos vacinar é equivocada. Precisamos continuar nos mantendo protegidos. A proteção da vacina não é eterna, ao longo dos meses essa proteção vai caindo e precisamos renovar pelo menos a cada quatro meses”, instruiu.

Ela disse ainda que com a redução de casos de Covid, a população acredita que não existe mais a necessidade de ser vacinar. “É justamente aí que vamos pecar. Se a população não buscar tomar a dose de reforço vai ter um aumento de novo no número de casos. Continuamos fornecendo a vacina em todos os municípios e com as caravanas o Estado vem para apoiar os municípios, mas se a população não se conscientizar de nada vai adiantar”, afirmou.

Por conta do grande estoque de vacinas, a Saúde do estado solicitou ao governo federal que a entrega de novas doses fosse reduzida. “Pedimos para dar uma reduzida no envio de doses porque o estoque é imenso, mas preciso da consciência da população. Parar de acreditar que vacina é para sempre. Aquela sensação de que peguei Covid e não preciso me vacinar é errada”, concluiu.

De acordo com informações do portal de transparência do governo, o Acre aplicou 1.369.776 doses na população até esta segunda (18). Das doses, 643.732 pessoas tomaram a primeira dose, 517.983 a segunda, 12.739 a dose única e 177.464 dose de reforço.

G1