Ônibus que deveriam estar no Rio de Janeiro são vistos circulando em Rio Branco

São pelo menos 20 coletivos em bom estado de conservação. Os ônibus têm adesivos do Disque-Denúncia do Rio (2253-1177), do programa Ônibus Ok, do Rio Ônibus, e até o brasão do município.

Enquanto passageiros cariocas que dependem do transporte público passam sufoco todos os dias, ônibus do Rio estão circulando muito longe da cidade – a mais de três mil quilômetros, em Rio Branco, no Acre.

São pelo menos 20 coletivos em bom estado de conservação. Os ônibus têm adesivos do Disque-Denúncia do Rio (2253-1177), do programa Ônibus Ok, do Rio Ônibus, e até o brasão do município.

A produção do RJ1 apurou que os coletivos eram de duas empresas do Rio.

“Todos os dias o ônibus demora. Fico meia hora, 40 minutos esperando. O ônibus está sempre cheio, sujo e sem ar-condicionado. Se ele está rodando em Rio Branco, no Acre, isso está errado. Tinha que estar aqui, cobrindo a demanda daqui”, reclamou a enfermeira Tamires Duarte, enquanto aguardava o ônibus no Centro do Rio.

O RJ1 também apurou que as duas viações estão em nome de David Ferreira Barata, filho de Jacob Barata e irmão de Jacob Barata Filho.

Conhecido como Rei do ônibus, Jacob Barata Filho chegou a ser preso em 2017 pela Polícia Federal por suspeita de envolvimento em um esquema de corrupção no setor de transportes.

Recentemente o processo foi enviado à Justiça estadual por ordem do Supremo Tribunal Federal.

Em Rio Branco, a situação dos passageiros não é muito diferente da vivida por quem mora no Rio.

A capital vive uma crise no transporte coletivo há mais de um ano.

O prefeito de Rio Branco decretou situação de emergência e anunciou a contratação de forma emergencial, sem licitação, da empresa Rico para assumir 31 linhas da capital com 70 ônibus.

Parte dos carros tem placa de Mauá, no interior de São Paulo, e outra parte do Rio de Janeiro.

A Prefeitura de Rio Branco anunciou a ida dos ônibus na página oficial – Já saíram de São Paulo e do Rio de Janeiro 30 ônibus seminovos com ar-condicionado.

Uma empresa pode vender ônibus que são usados nas linhas, mas antes precisam de uma autorização da prefeitura, que avalia se eles farão falta para os passageiros.

A Secretaria de Transportes informou que, nos últimos meses, nenhuma das duas viações Nossa das Graças e Verdun não fizeram nenhum pedido desse tipo. A última substituição de carros foi em setembro.

A Prefeitura do Rio diz que monitora a movimentação dos ônibus por meio do GPS.

Juntas, as viações registraram 352 infrações por não respeitarem o número mínimo de ônibus rodando nas ruas.

Por meio de nota, o Rio Ônibus informou ter preparado toda a documentação de baixa enviada à Secretaria de Transportes dentro do prazo determinado.

A Prefeitura do Rio disse que sete ônibus vistos em Rio Branco fazem parte da frota que deveria estar no Rio.

Se a situação ficar comprovada, vai aplicar multa contratual – de maior valor.

G1/RJ