Irregularidade: ônibus da Ricco que estão em Rio Branco deveriam estar rodando no Rio de Janeiro

Pelo menos 20 ônibus que estão em Rio Branco e fazem parte da frota da Ricco Transportes não tiveram autorização para serem arrendados ou vendidos e deveriam estar rodando no Rio de Janeiro. O Portal G1 publicou uma notícia, nesta quinta-feira (10), onde a Prefeitura do Rio se mostra surpresa ao saber que os ônibus que deveriam estar lá, simplesmente sumiram das ruas e apareceram aqui no Acre.

Conforme a legislação municipal do Rio de Janeiro, uma empresa pode vender ônibus que já foram usados nas linhas, mas antes precisam de uma autorização oficial da prefeitura, que avalia se eles farão falta para os passageiros. A Secretaria de Transportes do Rio infornou, que nos últimos meses, nenhuma das viações, Nossa Senhora das Graças e Verdun, não fizeram nenhum pedido desse tipo.

As duas viações citadas acima estão em nome de um filho e de um irmão de Jacob Barata, conhecido como o “Rei do Ônibus”, preso pela Polícia Federal em 2017 acusado de chefiar a “máfia do transporte coletivo”. Meses atrás o processo do caso foi enviado à Justiça do Rio de Janeiro por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF).

 

Os demais ônibus que chegaram à Rio Branco em fevereiro como sendo da Ricco eram da Suzantur, empresa responsável pelo transporte coletivo na cidade de Diadema, em São Paulo, e que também é ligada à família de Jacob Barata.

BOCALOM TERIA FALTADO COM A VERDADE

No início do ano o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PP), publicou vídeos nas redes sociais afirmando que a frota com mais de 30 ônibus estava saindo das garagens da empresa Ricco Transportes no Rio e em São Paulo, mas a sede da Ricco fica em uma fazenda na zona rural do município de Petrolina, no interior de Goiás. A empresa nunca havia atuado no transporte coletivo e até novembro do ano passado era uma granja, criava e vendia frangos.

Bocalom também prometeu dar publicidade aos documentos dos veículos, mas não deu. Além disso, o gestor alegou que a Ricco havia aceitado o desafio de operar em Rio Branco mesmo tendo prejuízo nos primeiros meses, mas segundo advogados da empresa São Judas Tadeu, ele acertou o pagamento de R$ 750 mil reais para a empresa que até poucos dias atrás se chamava “Inova Frango”.

CASO SOB INVESTIGAÇÃO

A Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro (PMRJ) afirmou que iniciou uma investigação para apurar o que de fato aconteceu para que os ônibus que eram para estar atendendo a população carioca vieram para o Acre. Caso as irregularidades sejam comprovadas, serão aplicadas multas – de maior valor – à Nossa Senhora das Graças e Verdun, empresas que integram o consórcio Intersul.

O QUE DIZ A PREFEITURA DE RIO BRANCO?

A Folha do Acre procurou a Prefeitura Municipal de Rio Branco (PMRB), afim de obter um posicionamento do prefeito Tião Bocalom sobre suas declarações e também a respeito da promessa de dar publicidade aos documentos dos veículos da Ricco. A reportagem também perguntou qual medida o gestor deve tomar contra a Ricco, agora que se sabe que parte dos ônibus da empresa não poderiam estar circulando na cidade. Infelizmente as mensagens enviadas à assessoria não foram respondidas. Fica aberto o espaço para possíveis esclarecimentos.