Idosa celebra os 110 anos no Acre e lamenta não poder mais trabalhar

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Elza Margarita de Castro Perna nasceu em 1912 e presenciou vários momentos históricos. A centenária comemorou 110 anos no último dia 9 de fevereiro.

As marcas do tempo estão claras no rosto, na visão, na audição que permite pouca comunicação e nas mãos cansadas dos muitos anos de labuta. Dona Elza Margarita Castro Perna chega aos 110 anos de uma história vivida nos seringais do Acre, marcada por muito trabalho, determinação e um único e grande amor.

A idosa que nasceu no dia 9 de fevereiro de 1912, comemorou aniversário no último mês, na casa onde mora com a irmã, no município de Senador Guiomard, interior do Acre. Natural de Boca do Acre, no Amazonas, ela viveu boa parte da vida em Brasileia, também no estado acreano.

No dia Internacional da Mulher, data oficializada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975, apenas 63 anos depois de seu nascimento, ela mostra com as poucas palavras o quanto faz parte desta história pelo amor ao trabalho ao qual dedicou tantos anos de sua vida.

“Morava no seringal Sagrado de Santana. Trabalhava em todo trabalho, era na roça, plantava, criava [porcos, galinhas, capote]. Fiquei viúva, meu marido teve um problema do coração e nunca tivemos filhos. Foi um amor pra vida toda”, relembra do passado distante.

Irmã mais velha de 9 irmãos, Elza mora com uma das irmãs mais novas, Francisca Castro, 83 anos. É ela quem conta que a idosa ainda na juventude dizia que não queria saber de ter filhos e como casou depois dos 30, ‘fora do padrões’ da época, acabou não tendo herdeiros.

Ao perguntar sobre a vida dela na juventude, a principal lembrança e também saudade é do trabalho na roça.

“Tá mais difícil [a minha vida] porque não posso trabalhar”, conta a aposentada.

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