Advogados das empresas Via Verde Transportes e São Judas Tadeus enviaram à redação da Folha do Acre nota de esclarecimento sobre as acusações da Prefeitura de Rio Branco de que as empresas teriam abandonado várias linhas do transporte coletivo da capital acreana.
“Após o controle por meio da intervenção, a Prefeitura Municipal passou a atuar no sentido de sufocar as empresas e diminuir suas operações, com o objetivo de repassar todas as linhas para a nova empresa Ricco Transportes”, diz trecho da nota.
Confira a nota:
As empresas Via Verde Transportes Ltda. e Empresa de Transportes São Judas Tadeu, que possuem contrato de concessão municipal de transportes em Rio Branco, tomaram conhecimento de diversas matérias veiculadas no jornal A Folha do Acre, em que a Prefeitura Municipal de Rio Branco, através da RBTRANS, noticiam que as referidas empresas estão operando somente com 13 veículos, além de que os seus veículos estão velhos e quebrados, ocasionando grandes transtornos aos usuários.
Nesse sentido, deve ser esclarecido que antes do procedimento de intervenção pela Prefeitura Municipal de Rio Branco, as empresas Via Verde Transportes e Empresa de Transportes São Judas Tadeu estavam operando com 34 (trinta e quatro) veículos. Após a publicação do Decreto Municipal no. 1.698/2021 de 22 de dezembro de 2021, a Prefeitura assumiu o controle administrativo e financeiro das empresas, de modo que a partir de então tudo que aconteceu é sua responsabilidade.
Após o controle por meio da intervenção, a Prefeitura Municipal passou a atuar no sentido de sufocar as empresas e diminuir suas operações, com o objetivo de repassar todas as linhas para a nova empresa Ricco Transportes, de modo a estabelecer um monopólio no transporte público municipal.
Portanto, se hoje há somente 13 (treze) ônibus em atividade, a culpa é exclusiva da Prefeitura, que atuou com desídia na administração das empresas.
Ainda, cumpre informar que, ao contrário do noticiado, as empresas Via Verde Transportes Ltda. e Empresa de Transportes São Judas Tadeu não abandonaram uma linha sequer. A decisão de transferir as linhas dessas empresas para a Ricco Transportes foi tomada unilateralmente pela Prefeitura.
Informamos, ainda, que recebemos informações que levantam suspeitas quanto à nova empresa, visto que até 2021 se tratava de uma granja e somente em 13 de dezembro 2021 teve autorização para prestar serviços de transporte, por meio da Portaria 465 da ANTT. Ou seja, apesar da Prefeitura ter afirmado que se tratava de uma empresa com experiência em transportes nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, a verdade é que a Ricco Transporte NUNCA havia prestado serviços de transporte coletivo, menos ainda nesses estados, visto que a empresa tem sede em Goiás.
Por fim, a Prefeitura noticiou que a empresa teria aceitado rodar em Rio Branco, mesmo com prejuízos, o que não é verdade, tendo em vista que durante a negociação, antes mesmo da assinatura do contrato de emergência, a Prefeitura aceitou desembolsar R$ 750.000,00 (setecentos e cinquenta mil reais) para ajudar a empresa.