21 maio 2024

Desmatamento no Acre em 2021 é a maior dos últimos dez anos, diz Imazon

Redação Folha do Acre

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Desmatamento no estado cresceu 28% em relação a 2020, com perda de 889 km² de floresta.

O desmatamento no Acre em 2021 foi o pior em dez anos, segundo dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).

De acordo com dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do órgão, que monitora a região com imagens de satélites, 889 km² de mata nativa foram destruídos de janeiro a dezembro do ano passado no estado acreano, o que equivale a 90 mil campos de futebol.

A devastação em 2021 foi 28% maior que no ano anterior, quando 694 km² de floresta foram destruídos e o desmatamento no Acre já havia registrado a maior área desde 2012, aponta o instituto.

Em nota enviada ao g1, o secretário de Estado do Meio Ambiente e das Políticas Indígenas, Israel Milani, afirmou que é importante ponderar que toda a Amazônia Legal brasileira está enfrentando problemas quanto ao desmatamento. “Os índices vêm aumentando e estamos traçando estratégias conjuntas para tentar reduzir esse impacto.” (Veja a nota na íntegra abaixo)

“A atuação do governo do Acre nas nove Unidades de Conservação estaduais, bem como nas comunidades rurais tem sido constante. A presença do governo, com projetos itinerantes inovadores, como a Carreta Ambiental e as Ações Humanitárias nas UCs, têm aproximado a população, especialmente os produtores rurais do Sistema de Meio Ambiente. Nosso papel vai além da notificação e punição por ilícitos ambientais, ele passa primeiro pela educação ambiental, para explicar para as pessoas o que é certo e o que é errado, falar a linguagem das pessoas”, diz a nota.

Apesar do mês de dezembro ter apresentado uma redução de 83% no desmatamento, passando de 6 km² em 2020 para 1 km² em 2021, o recorde negativo anual é “extremamente grave” diante das consequências dessa destruição.

Entre as consequências graves “estão a alteração do regime de chuvas, a perda da biodiversidade, a ameaça à sobrevivência de povos e comunidades tradicionais e a intensificação do aquecimento global”, aponta o Imazon.

A ONG SOS Amazônia analisou os dados e afirmou que chama atenção o fato de que os estados menores da Amazônia Legal também contribuem para a destruição da floresta.

No Acre, a curva do desmatamento tem se mostrado ainda mais acentuada desde 2018 e agora o estado ocupa a terceira posição do ranking, empatado com Roraima (28%) e atrás apenas do Mato Grosso (38%) e Amazonas (49%).

G1

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