Ausência de ônibus em Rio Branco é por falta de manutenção nos veículos, acusam motoristas

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Um grupo de motoristas da empresa São Judas Tadeu e Via Verde procurou o ac24horas para fazer graves acusações contra a intervenção da prefeitura de Rio Branco nas empresas que operam no sistema de transporte público na capital acreana.

De acordo com os profissionais, que com medo de represálias são obrigados a optar pelo anonimato, a situação das empresas e dos profissionais ficou bem pior após a prefeitura assumir o comando do sistema no último mês de janeiro. Os motoristas denunciam que o caos no transporte público em Rio Branco é causado pela simples falta de manutenção dos ônibus pela prefeitura.

“Eles vão para a mídia e dizem que a empresa está abandonando as linhas. Isso é mentira, como é que as empresas vão abandonar as linhas se quem está no comando do sistema é a prefeitura. O que a população não sabe é que muitos carros estão parados porque a prefeitura não faz a manutenção de coisas simples como trocar uma mola, um pino de centro, muitas vezes um fusível. O que eles estão fazendo é dar problema, encosta o carro na garagem para causar o caos entre a população e dizer que eles estão resolvendo o problema. Tem ônibus parado por causa de pneu furado. A maior mentira se deu no último domingo quando pegaram as principais linhas como Calafate e Sobral e disseram que a RBTrans estava comunicando a empresa para ela não operar mais por falta de condições. Acontece que quem está no comando não é a empresa e sim o interventor colocado pela própria prefeitura.”, diz um dos motoristas.

Os profissionais enviaram à redação fotos de alguns ônibus que estão parados na garagem e alegam que existem veículos parados que são relativamente novos, com a mesma “idade” da frota trazida pela Rico, empresa que a prefeitura trouxe para operar no sistema de transporte da capital acreana. “A ideia é passar para a população que a frota está sucateada e não presta mais e isso não é verdade. Se duvidar, os ônibus são mais novos do que estão sendo usados agora. Esses ônibus que vieram da Rico são de 2015 e nós temos veículos também com esse tempo de rodagem e que estão em perfeito estado, só que fura um pneu e eles não consertam. Com isso, estão deixando um ônibus por linha na semana, causando transtorno para a população”, explica.

Os motoristas acreditam que a ideia é fazer com que a nova empresa assuma todas as linhas do transporte público na capital, o que os profissionais alegam ser extremamente prejudicial para centenas de trabalhadores. “O problema é que a nova empresa não tem obrigação de nos contratar e quando contrata, o que não é culpa dela, tudo que a gente tinha de direito trabalhista, muitos com mais de 20 anos de serviço está ficando para trás. Isso não é mudança. Como é que para eu trabalhar em uma outra empresa eu tenho que abandonar todos os meus anos de serviço? Só quem está tendo prejuízo até agora é a população com a falta de ônibus e os trabalhadores, que alguns estão sendo demitidos e não estão recebendo seus direitos”, denuncia outro motorista.

O outro lado

A reportagem procurou o interventor do transporte público de Rio Branco, Randerson Braña que se manifestou por meio de uma nota onde declara que a intervenção só aconteceu neste formato porque as três empresas oficiaram a prefeitura e a RBTrans de que não operariam mais a partir desta data. “Deste modo, não é verdade que há qualquer plano da Prefeitura para quebrar as empresas. A crise financeira das operadoras é bem anterior a Intervenção, e principalmente é bem anterior à gestão do Prefeito Tião Bocalom. E para comprovar isso são vastas as notícias e informações sobre as péssimas condições da prestação do serviço das três empresas”, afirma.

Randerson diz ainda que não é verdade que a intervenção tenha recebido carros com a manutenção em dia. Diz que maioria dos carros, se não todos, estavam com grande defasagem de manutenção, prova disso é que entramos dentro das garagens das empresas a exatos 50 dias e mais da metade da frota já precisa de pneus novos e afirma que a prefeitura realiza a manutenção nos ônibus de acordo com os valores arrecadados.

Por fim, o interventor diz que a contratação da empresa Ricco é em caráter emergencial e provisório, com o intuito de não prejudicar o usuário do transporte pelo abandono documentado das concessionárias dos contratos originais.

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