As maiores empresas da aviação mundial estavam reunidas na feira aeroespacial conhecida como Dubai AirShow quando, no dia 14 de novembro, um domingo, um integrante do chamado “gabinete do ódio” entrou no stand de Israel, que funcionou pelo primeiro ano no local, com o interesse de municiar o grupo paralelo com uma poderosa ferramenta espiã, para ser usada, em especial, neste ano eleitoral.
A visita não ocorreu por acaso. A presença israelense na feira apenas foi possível depois da normalização das relações entre os Emirados Árabes Unidos e Israel, um ano antes. Assim, o Dubai AirShow acabou se transformando em palco da tecnologia israelense.
O evento ainda foi usado para consolidar a aproximação entre movimentos de extrema-direita do mundo. Além do Brasil, o governo populista da Polônia manteve encontros com empresas de Israel e, nas últimas semanas, Varsóvia anunciou acordos como resultado dos contatos realizados em Dubai.
Pouco antes do encontro naquele domingo, em uma sala privativa no espaço cedido por Israel, como ressaltou uma fonte ligada à inteligência do governo e que esteve presente na comitiva presidencial, o presidente Jair Bolsonaro (PL) cumpria uma das agendas de sua viagem aos Emirados Árabes: a inauguração, no mesmo evento, do “pavilhão Brasil”.