Um índice multidimensional apresentado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra a perda de qualidade de vida e o desempenho socioeconômico dos estados brasileiros. Os números foram divulgados na semana passada e apontam que o Acre está em situação desconfortável: é o 4º pior em desempenho socioeconômico do país, ficando à frente apenas de Alagoas, Pará e Maranhão, e o 3º entre os que mais perderam qualidade de vida nos últimos anos.
O Índice de Perda da Qualidade de Vida acreano está calculado em 0,238, sendo o terceiro maior do País, o que significa que o Estado está entre os três que mais perderam qualidade de vida nos últimos anos. Os valores vão de 0 a 1, sendo que, quanto mais perto de zero, menor a perda.
Os novos indicadores seguem recomendações das nações unidas e utiliza uma série de variáveis da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018. O Índice de Perda de Qualidade de Vida (IPQV) no Brasil era de 0,158 entre 2017 e 2018. Na área rural (IPQV de 0,246), a perda era 1,5 vez maior do que a média nacional e 1,7 vez maior que na área urbana (IPQV de 0,143). Cerca de 15% dos brasileiros viviam em área rural e essa parcela da população contribuiu com quase um quarto do valor do IPQV Brasil.
As regiões Sul e Sudeste tiveram um índice melhor que o nacional. Já Norte e Nordeste mostraram índices piores. Famílias cuja pessoa de referência era homem apresentaram menor perda de qualidade de vida, com um IPQV de 0,151, contra 0,169 nas famílias lideradas por mulheres. E nas famílias com a pessoa de referência preta ou parda (0,185), a perda de qualidade de vida era 17% maior do que a média nacional e maior do que aquelas com a pessoa de referência branca (0,123).
A faixa com menor perda individual de qualidade de vida concentrava 13,7% da população e a faixa com mais perdas, 10,3%. A maior parte dos brasileiros se encontra na zona intermediária de perdas acumuladas de qualidade de vida.
Entre as 27 unidades da Federação, o Maranhão mostrou as maiores perdas de qualidade de vida (IPQV igual a 0,260) e Santa Catarina, as menores (IPQV igual a 0,100).
Já o Índice de Desempenho Socioeconômico (IDS) incorpora a renda disponível familiar per capita (RDFPC) e as perdas de qualidade de vida a partir de seis dimensões (Moradia; Acesso aos serviços de utilidade pública; Saúde e alimentação; Educação; Acesso aos serviços financeiro e padrão de vida; Transporte e lazer) através do IPQV. No período analisado pela POF 2017-2018, o Índice de Desempenho socioeconômico para o Brasil era de 6,201. O Distrito Federal (6,970) e São Paulo (6,869) tinham os maiores índices e Maranhão (4,897) e Pará (5,099), os menores.
A Organização das Nações Unidas (ONU) recomenda aos países signatários a criação de indicadores multidimensionais capazes de avaliar o desenvolvimento social de diferentes grupos. Para atender a essa demanda, o IBGE, no âmbito de sua série de Estatísticas Experimentais, está apresentando um Índice de Perda de Qualidade de Vida (IPQV) e um Índice de Desempenho Socioeconômico (IDS), construídos a partir de um conjunto de indicadores não monetários (objetivos e subjetivos) de diferentes dimensões: Moradia; Acesso aos serviços de utilidade pública; Saúde e alimentação; Educação; Acesso aos serviços financeiro e padrão de vida; Transporte e lazer. Os novos indicadores são o tema do módulo Perfil das despesas no Brasil: Indicadores de Qualidade de Vida, da POF 2017-2018.
Os valores das perdas individuais vão de 0 a 1, e quanto mais perto do zero, menor é a perda acumulada da pessoa e melhor é a qualidade de vida. Para avaliar a distribuição das perdas individua.
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