Trio é condenado a mais de 60 anos por matar jovem e mandar vídeo de tortura para mãe dele

Após cerca de sete horas de julgamento, os três homens acusados de participação na morte do jovem Ilgner Cardoso Dantas, de 23 anos, em novembro de 2018, foram condenados a penas que, somadas, ultrapassam os 60 anos. O júri do trio ocorreu nesta terça-feira (19) na 1ª Vara do Tribunal do Júri, em Rio Branco.

Entre os réus estão Antonio Francislandio Teixeira de Lima, que foi condenado a 21 anos e seis meses; Janisson Gomes dos Santos, condenado a 24 anos e seis meses; e Kaleal Júlio Araújo Miranda, que pegou uma pena de 20 anos e seis meses.

Os três foram condenados pelos crimes de homicídio qualificado, tortura, ocultação de cadáver e fraude processual. O g1 entrou em contato com o advogado dos réus, Romano Gouveia, e foi informado que a defesa vai recorrer da sentença.

Além dos réus, cinco testemunhas foram ouvidas durante o julgamento, entre elas a mãe da vítima e Gabriela Morares Correia, que chegou a ser denunciada pelo Ministério Público como suposta participante do crime, mas foi impronunciada pela Justiça e, por isso, não foi a júri.

Na decisão, a juíza Luana Campos negou o direito dos réus de recorrerem em liberdade.

Vídeo de tortura enviado à mãe

O jovem foi achado morto três dias após ter desaparecido. Ele foi enterrado em uma área de mata no bairro Jardim Europa, em Rio Branco.

Na época, uma tia dele, que não quis se identificar, contou que o corpo foi encontrado pelos próprios familiares após uma denúncia anônima e depois eles acionaram a polícia.

A mãe da vítima, a dona de casa Ana Paula, chegou a divulgar um vídeo nas redes sociais pedindo que entregassem o corpo do filho.

Muito abalada e chorando, a mulher relatou na gravação que recebeu um vídeo do filho sendo interrogado por uma facção e fotos que mostravam que ele tinha sido torturado.

“Ele não era mal, nunca matou, nunca roubou, era um usuário de drogas. Eu não desejo mal a vocês, só peço que me deem o corpinho dele para eu sepultar. Vocês não sabem a dor que eu estou sentindo”, disse enquanto chorava no vídeo. A reportagem não conseguiu contato com a dona de casa nesta terça.

G1