Para blindar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e evitar que ele perca a imunidade caso não seja reeleito, o Centrão articula a criação do cargo de “senador vitalício”. A Proposta de Emenda à Constituição beneficiaria todos os ex-presidente da República.
A informação foi revelada pelas jornalistas Andreia Sadi, Natuza Nery e Julia Dualibi no podcast Papo de Política, do g1. A articulação seria dos partidos do Centrão, com o objetivo de evitar que Bolsonaro perca a imunidade parlamentar, caso não consiga ser reeleito.
Sem o foro privilegiado, Bolsonaro corre o risco de responder por crimes dos quais é suspeito, como por exemplo a prática de rachadinha em seu gabinete, quando era deputado federal. Além disso, Bolsonaro é acusado de nove crimes no relatório final da CPI da Covid. São eles:
- Prevaricação
- Charlatanismo
- Epidemia com resultado morte
- Infração a medidas sanitárias preventivas
- Emprego irregular de verba pública
- Incitação ao crime
- Falsificação de documentos particulares
- Crime de responsabilidade
- Crimes contra a humanidade
A compreensão do Centrão, segundo as jornalistas, é de que hoje Jair Bolsonaro está protegido pelo Procurador Geral da República, Augusto Aras, e pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Sem a imunidade parlamentar e sem a proteção dos aliados, Bolsonaro correria riscos.
Segundo a jornalista Natuza Nery, o cargo de “senador vitalício” não necessariamente teria espaço para votações nas decisões da casa, mas poderia discursar e emitir opiniões.
Sem partido, presidente Jair Bolsonaro ainda avalia a qual partido vai se filiar para 2022. Entre as principais possibilidades estão o PP e o PL, ambos parte do Centrão.