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Vigilância emite sinal de alerta após surto da “doença da urina preta”

Por Redação Folha do Acre

Os órgãos de vigilância epidemiológica acenderam a luz vermelha, depois que o Estado do Amazonas registrou um surto da síndrome de Haff ou rabdomiólise. A doença popularmente conhecida como urina preta é causada por uma toxina que pode ser encontrada em peixes como o tambaqui, badejo e a arabaiana, inclusive nos crustáceos como a lagosta e o camarão, supostamente acondicionados de maneira inadequada. O problema atinge, espécies de água salgada e peixes de água doce, exclusivamente tambaqui, piau e pirapitinga, talvez os mais consumidos na região Norte. No Pará, o consumo desses três peixes está temporariamente proibido depois que mortes aconteceram na região de Belém. “Assim que tomamos conhecimento do problema, comunicamos as unidades para notificar qualquer caso suspeito da depois da confirmação de um surto no Amazonas”, declarou o chefe do Departamento de Vigilância em Saúde (DVS), José Gabriel de Souza Mesquita.

Ainda não foi registrado nenhum caso no estado, mas fica a preocupação com o pescado oriundo do Amazonas ou mesmo sem se saber se os peixes criados ou pescados no estado podem apresentar o problema. Mesquita esclareceu que na rabdomiólise os sintomas se apresentam num prazo de duas até 24 horas após a ingestão do pescado contaminado com a toxina, na forma de rigidez muscular, dores no tórax, dificuldade de respirar e dormência no corpo. “A urina na cor de café é o sinal de alerta para procurar uma unidade de emergência”, observou o chefe da DVS.

Desde a descoberta do novo surto já foram notificados 61 casos positivos, em dez municípios amazonenses, sendo que uma mulher faleceu no município de Itacoatiara. Um caso suspeito da Síndrome de Haff é investigado em Belém. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), o caso é acompanhado há cinco dias, após o morador da capital paraense se alimentar com peixe e apresentar sintomas no dia seguinte. Um homem morreu em Santarém com suspeita da doença. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa), uma nota foi emitida com orientações para que casos suspeitos sejam notificados.

O primeiro surto da doença no norte do país foi no ano de 2008, com o registro de 27 casos nas cidades de Manaus e Careiro da Várzea, enquanto o segundo surto no ano de 2015 com a descoberta de 74 casos da doença da urina preta nos municípios de Manaus, Itacoatiara, Itapiranga, Nova Olinda do Norte, Autazes e Urucurituba, segundo nota da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM). Ministério da Saúde monitora 91 casos suspeitos nos seguintes estados: Amazonas, Pará, Bahia e Ceará.

A Tribuna

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