O acidente envolvendo uma viatura da Polícia Militar de Cruzeiro do Sul ocorreu na manhã desta quarta-feira, 08 de setembro.
Silvânia Uchôa, que é professora de 1ª a 5ª série das redes Municipal e Estadual, seguia em uma motocicleta na estrada do Pentecostes, em direção à Escola 17 de Novembro, situada na Comunidade Belo Jardim, mais conhecida como Areal, quando foi atingida na contramão por uma viatura da Polícia Militar, como informou Francisco Castro da Rocha, cunhado da vítima.
“Minha cunhada estava vindo pra escola fazer a entrega dos trabalhos dos alunos, que devido a pandemia os professores estão indo em cada casa levar às atividades. E no momento em que a polícia ia em alta velocidade colidiu na contramão com minha cunhada”.
Silvânia teve fratura em uma das pernas em dois lugares, sendo acima do joelho e também fraturou a coluna. Após o acidente, ela estava consciente. Ela foi conduzida ao Pronto Socorro, onde seguiu encaminhada para a sala de cirurgia do Hospital do Juruá, onde passou por cerca de 8 horas de procedimento. E atualmente está na UTI.
“A polícia cobra da gente responsabilidade, mas eles também têm que ser responsáveis, não é porque o cidadão anda no ramal do Pentescoste, que por sinal é bem conhecido e tem um tráfego muito grande de veículos e a polícia veio a cometer esse acidente. A foto mostra que o carro estava em contra mão e não tem desculpa que foi um buraco ou desvio de alguma coisa. Simplesmente, irresponsabilidade, pois eles cobram dos condutores, mas a prudência tem que partir deles também. Não é porque são polícia que tem andar de qualquer jeito ou na contra mão, em alta velocidade. Se tivessem ido devagar, teriam conseguido desviar dela, pois a professora costuma andar devagar. Temos a polícia como um aliado e defensor, pessoas para nos proteger e não para tirar vida”, disse um morador.
A reportagem do site Juruá Online tentou contato com o Comando do 6º Batalhão da Polícia Militar de Cruzeiro do Sul, mas ainda não teve retorno.
Um grupo de colegas de trabalho de Silvânia Uchôa fez uma nota de repúdio sobre o ocorrido. Confira a nota:
“Viemos expressar nossa indignação, o nosso repúdio, a revolta e tristeza e o nosso desespero diante da tal situação com a nossa amiga. Uma pessoa fora de qualquer questionamento em relação a conduta de dirigir, pois sempre dirigiu muito cautelosamente e estamos querendo deixar claro que já tínhamos imaginado que uma hora isso iria vir acontecer com uma de nós ou com outra pessoa. Pois, a polícia militar que é a instituição que tem que nos dar tranquilidade, segurança e proteção, quando vai fazer alguma ocorrência, esquecem que existe seres humanos nesse trajeto. Existem pessoas de bem, crianças, jovens e adultos professores, como foi o nosso caso.
Eles andam em alta velocidade, tanto é que percebe-se nas fotos que temos, ela estava na mão dela e a polícia não vinha na via deles. A velocidade foi tanta que acabaram indo buscar ela na outra via e aconteceu o pior. Então, queremos expressar publicamente nossa indignação e a resposta de algum representante da polícia militar em relação a essa conduta. O porquê da alta velocidade, a irresponsabilidade ao trafegar em estradas que têm curvas perigosas como essas. Pois não foi um acidente e sim uma irresponsabilidade e precisamos dessa resposta.
Trazer a saúde dela não vão conseguir, pois estamos sofrendo como amiga e como colega de trabalho, pois poderia ter acontecido com qualquer uma de nós”.
Professoras: Michelle Araújo de Lima, Ana Cleide Gomes de Morais, Maria Cláudia de Souza Santiago e Suziane Souza da Silva.
Fonte: Juruá Online