Márcia Bittar: uma mulher dos bastidores da política que disputará uma vaga ao Senado

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É a primeira vez na vida que Márcia Bittar sai dos bastidores da política onde acompanhava Márcio Bittar para ser protagonista em um pleito eleitoral. Firme, segura e moderada, Márcia afirma que sua pré-candidatura é irrevogável, não depende do governador Gladson Cameli e que ela está atendendo a um pedido do próprio presidente da República, Jair Bolsonaro, para disputar uma vaga no Senado.

Conhecedora da política acreana onde atua há quase 30 anos tendo participado de campanhas como de Flaviano Melo, Nabor Junior até a era Gladson Cameli, Márcia está ciente que tem mais 4 concorrentes do mesmo grupo político que integra que também estão com intenção de disputar a única vaga que o Acre terá em aberto para o Senado.

“Natural e democrático que cada um coloque seu nome se assim achar correto e nós respeitamos isso, mas de maneira alguma iremos voltar atrás”, disse.

Márcia Bittar afirma que não participou da reunião com o governador Gladson Cameli onde teria sido decidido como parâmetro de escolha do candidato do grupo governamental aquele que melhor se saísse nas pesquisas e que, portanto, não seguirá tal critério.

“Até porque pesquisa reflete o momento e não o cenário final. Eu não estive nessa reunião. Minha candidatura não depende da vontade do governador embora contemos com ele já que o Márcio sempre foi um fiel aliado e continuará sendo, mas estamos disposto a seguir o desafio proposto pelo presidente da República”, disse.

A respeito das demais pessoas do mesmo grupo que pretendem disputar a vaga do Senado, Márcia diz ter profundo respeito por todos elas.

“A deputada Vanda é uma pessoa querida que nós que convidamos para o Solidariedade, o deputado Alan Rick é um homem de Deus, bom parlamentar, Jéssica Sales é uma mulher honrada que conheço desde criança e Mailza Gomes uma mulher que é querida por todos. Será sempre dentro do respeito que discutiremos a pré-candidatura”, disse.

Veja a seguir os principais pontos da entrevista:

Folha do Acre – Márcia, é o melhor momento para a mulher estar na política?

Márcia Bittar – São 15% de mulheres no Congresso Nacional e na Câmara, ou seja, há espaço, mas também não acho que as mulheres devam ser candidatas apenas para preencher espaço, tem que ser para fazer a diferença. Costumo dizer que não voto em mulher só por ser mulher, exemplo disso é que eu não votei na Dilma Roussef, eu voto por competências, mas se for uma mulher competente fica melhor ainda.

Folha do Acre – Como as mulheres podem colaborar com a política?

Márcia Bittar – As mulheres são por natureza mais serenas, inclusive, se você for pesquisar você vê pouquíssimos casos de mulheres envolvidas em escândalos de corrupção. A mulher é mais zelosa, mais sensível a alguns temas. Lamento profundamente que as mulheres sejam usadas como laranjas apenas para cumprir cotas, nós podemos colaborar em muitas coisas, ajudar a construir um Brasil cada vez melhor.

Folha do Acre – Você sempre atuou nos bastidores, como é agora vir a ser protagonista em uma disputa majoritária?

Márcia Bittar – Eu sempre estive com o Márcio em todos os cantos, nos bastidores e na linha de frente, mas é a primeira vez que serei candidata e sou muito autocrítica, me cobro muito, quero dar meu melhor a esta nova etapa.

Folha do Acre – Como começou sua história na política?

Márcia Bittar – Casei com o Márcio em 1989 e em 90 eu fiz a primeira campanha junto com o Márcio, conosco sempre estava o Nabor Junior. De lá para cá nunca mais parei, a cada dois anos estamos em campanha para todo nosso grupo que era oposição. Fiz campanha para o Chicão Brigido, Mauri Sérgio, Flaviano Melo, Petecão, Gladson, de todo mundo.

Folha do Acre – Nesses quase 30 anos de política não bateu um cansaço de tudo isso?

Márcia Bittar – Não. O que me motiva é lidar diariamente com as pessoas, eu amo lidar com gente. Aquece a alma quando você chega no interior e recebe um abraço apertado de algum amigo antigo ou que acaba de conquistar. O maior prazer é fazer esta caminhada, sempre como é bom ser abraçada por gente simples que nos demostra amor. Isso é combustível para continuar lutando por uma boa política que mude para melhor a vida das pessoas.

Folha do Acre – Como se concretizou esse momento de você disputar uma eleição?

Márcia Bittar – Meu nome já tinha sido cogitado umas duas vezes, mas eu recusei porque nas ocasiões o Márcio era candidato. Desta vez o presidente Bolsonaro precisava alguém de confiança, com meu perfil e fez este honroso convite para disputar uma vaga para o Senado.

Folha do Acre – Como foi para a senhora receber o convite?

Márcia Bittar – Lógico que é uma honra ser convidada pelo presidente da República para um desafio tão grande, mas confesso que chegou no momento em que eu pensava em me aposentar, mas daí você ora e entende que se Jesus permitiu esse momento é hora de aceitar.

Folha do Acre – A senhora defende o que?

Márcia Bittar – Sou de valores conservadores, de defender a tradicional família brasileira, mas também respeito as liberdades individuais. Respeitamos o livre arbítrio do que Deus nos deu, respeitamos e protejemos quem não pensa pela frente.

Folha do Acre – Como a senhora enxerga esse momento político do país?

Márcia Bittar – Acho que agora já aferreceu com esse gesto de maturidade que o presidente Bolsonaro fez com o STF dando um passo atrás não indo de encontro a eles. A gente vê que muita injustiça acontece eles que não foram eleitos pelo voto e querem mandar, mas é a Justiça e tem que se respeitar. Porém temos que lembrar sempre que quem foi eleito pelo voto do povo foi Bolsonaro.

Folha do Acre – Quais suas principais bandeiras para o Senado?

Márcia Bittar – Eu, como professora, defendo melhorias na educação. Precisamos dar um salto de qualidade. Outra coisa é defender uma economia mais inclusiva, principalmente para a Amazônia.

Folha do Acre – Como a senhora enxerga nossa situação regional?

Márcia Bitttar – Eu entendo que essa política ambiental enrijecida deixou na miséria os moradores da Amazônia, um exemplo disso é aqui no Acre com aquele teoria ainda não explicada do ex-senador Jorge Viana que jogou o nosso estado em um atraso de 20 anos. Precisamos saber aproveitar nossas riquezas e dar qualidade de vida aos nossos cidadãs. Precisamos transformar os recursos em riquezas.

 

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