‘Foi muito violentado e até os olhos dele arrancaram’, diz delegado sobre adolescente entregue pela tia e madrasta ao ‘tribunal do crime’

Mais três homens foram presos por suspeita de envolvimento no caso, na última sexta-feira, 17. Novos detalhes foram divulgados, como o fato de que o adolescente foi levado para ‘julgamento’ em, pelo menos, seis lugares e que, durante a tortura, chegaram a arrancar os dois olhos dele

Enquanto avançam as investigações sobre o brutal assassinato de José Evlair Felix de Araújo, de 14 anos, as Polícia Civil e Militar prenderam mais três pessoas suspeitas de envolvimento no caso. Além disso, novos detalhes do crime foram divulgados, como o fato de que o adolescente foi levado para ‘julgamento’ em, pelo menos, seis lugares e que durante a tortura chegaram a arrancar seus dois olhos.

O corpo da vítima foi encontrado em uma cova rasa no Ramal do Quinôr, na cidade de Feijó, em agosto deste ano. O jovem teria sido “julgado e condenado” pelo “tribunal do crime” a pedido da madrasta e da tia, por ter supostamente abusado da prima de cinco anos.

Dois homens de 20 anos de idade e outro de 18 foram presos, na última sexta-feira,17, por envolvimento no crime de homicídio qualificado. Dessa forma, até o momento, oito pessoas estão presas pelo caso, entre elas, a tia e a madrasta da vítima. Todos os presos são suspeitos por estarem envolvidos no “julgamento” e deslocamento do adolescente antes da execução.

“Em todos esses trajetos, teve conversas entre o adolescente, as pessoas que estavam com ele os ‘conselheiros’ de forma virtual. Ele passou por várias e várias reuniões e foi muito violentado, até os olhos dele arrancaram”, relata o delegado Railsson Ferreira, responsável pelas investigações.

O laudo cadavérico ainda não foi concluído, mas também foi possível detectar cortes no pescoço da vítima, e a suspeita é de que José Evlair também foi bastante torturado na região dos órgãos sexuais. Com relação à prima, que teria sido abusada pelo adolescente, ainda não foi possível realizar o exame para constatar se houve ou não conjunção carnal.

“A criança ainda não foi submetida pelo psicológico dela, percebemos que ainda está abalada e seria muito traumatizante no momento e recuamos. Estamos trabalhando com o psicólogo para ver quando ela vai ficar mais preparada para fazer e se não ficar, não faremos”, explica Ferreira.

A investigação continua em andamento e outros mandados de prisão preventiva já foram expedidos.

Fonte: A Gazeta do Acre