Acre foi estado do Brasil com mais focos de queimadas nas últimas 48 horas

O fim de semana marcado pela celebração do Dia da Amazônia, ocorrida neste último domingo, 5 de setembro, não foi positivo para o bioma amazônico, de maneira especial na parte que compreende o estado do Acre, onde foi registrada a maior concentração de focos de queimadas de todo o país nas últimas 48 horas.

De acordo com os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), disponibilizados ao público no portal do Programa Queimadas, o Acre registrou 588 focos de calor entre os dias 3 e 5 de setembro. No mês, o estado já soma um total de 808 focos e no período anual, são 4.521 ocorrências detectadas.

Os dados são referentes apenas às imagens captadas pelo satélite de referência AQUA Tarde, que embasam as informações disponibilizadas diariamente pelo INPE. Com base nesses dados, o Acre tem 10% a mais focos de queimadas entre 1º de janeiro e 5 de setembro que no mesmo período do ano passado.

Uma dos reflexos da disparada das queimadas no Acre neste fim de semana é que cinco municípios do estado apareceram no ranking dos 10 que mais tiveram focos de calor detectados neste período de 48 horas que antecederam o boletim – Feijó (170), Tarauacá (70), Sena Madureira (59), Manuel Urbano (54) e Rio Branco (40).

Nos cinco primeiros dias de setembro, os municípios do Acre que figuram nesse indesejado ranking passam a ser seis, com o acréscimo de Cruzeiro do Sul, com 48 focos de queimadas. Outro dado relevante é que nesse mês, Feijó (204), Tarauacá (85), Sena Madureira (84) são os líderes nacionais em focos de queimadas.

Na semana passada, a coordenação do projeto Acre Queimadas, desenvolvido por pesquisadores da Unidade Federal do Acre, emitiu relatório que mostra que foram identificados 76 mil hectares de áreas queimadas neste ano, 12 mil hectares a mais do que no mesmo período de 2020.

O aumento das queimadas durante o mês de setembro foi considerado há alguns dias pela pesquisadora Sonaira Souza, da Universidade Federal do Acre (UFAC). Segundo ela, as queimadas deverão continuar no decorrer do mês apesar da precisão que existe de que o período vai ser marcado por chuvas mais frequentes.