Alguns relatos nas redes sociais vêm causando alvoroço em relação às vacinas da Covid-19. Pessoas que se imunizaram completamente contam que contraíram o vírus e, em alguns casos, foram internadas mesmo assim. Casos de óbitos após complicações da doença também já foram mencionados. Mas afinal, como funciona a proteção das vacinas?
De acordo com a bióloga e fundadora do Instituto Questão de Ciência, Natalia Pasternak, “as pessoas têm muita dificuldade de entender qual é a função de uma vacina” e “acham que a vacina é mágica. Ou seja, tomou a vacina, está protegido; não tomou, vai ficar doente”. Entretanto, não é assim que funciona.
Em entrevista ao jornal BBC News, a especialista explicou que as vacinas “reduzem a chance de ficarmos doentes, de hospitalização e de morrermos” e “casos individuais não servem para a gente dizer se uma vacina é boa ou não”. É preciso “olhar como essa vacina se comporta em uma população. A vacina reduziu a incidência da doença? Então, ela funciona”, resume.
A leitura da eficácia das vacinas é feita da seguinte forma: a CoronaVac, por exemplo, mostrou 50,38% de eficácia e proteção de 78% para casos leves, de acordo com Instituto Butantan. Isso significa que a vacina reduziu em 50,38% os casos com sintomas e 78% os casos de infecções leves.
Durante os testes com a vacina, nenhum paciente morreu ou foi internado pela doença, assim os cientistas concluíram que a eficácia do imunizante contra casos graves é de 100%.
“Em outras palavras, se você tomar a CoronaVac, você reduz pela metade ou em 50% a sua chance de ficar doente comparado com alguém que não se vacinou. Já a sua chance de desenvolver doença grave é reduzida em praticamente cinco vezes comparado com alguém que não se vacinou”. explicou Pasternak, salientando que “Nenhuma vacina oferece proteção de 100%.”
Olhar Digital