Detentos do regime fechado da penitenciária Francisco de Oliveira Conde entraram em greve de fome a partir de segunda-feira, 30, protestando contra atrasos na progressão de penas. Em carta aberta, eles denunciam que há presos que estão com direito a progressão há quatro, oito meses, até um ano, sem que seus processos sejam tocados. E apelas para a intercessão do Ministério Público e da Defensoria Pública, afirmando que não se alimentarão até ter resposta de seus pleitos. Todos os detentos dos pavilhões H.I,J. K e L, do “chapão” vão participar do protesto.
Maus-tratos
E familiares de presos do pavilhão J, do complexo penitenciário FOC denunciaram a ação dos policiais penas que, no dia 19 de agosto, forçaram os presos a focarem fora das celas, ao sol, por mais de seis horas, provocando queimaduras e revelando maus-tratos.
Os familiares denunciam ainda que os policiais penais teria levado os pertences de todos os detentos, enviados pelos familiares, sem dar nenhuma satisfação, o que eles qualificam de roubo.
As famílias reivindicam o ressarcimento de tudo que foi retirado dos alojamentos, levado por familiares e dizem esperar que seja apurado quem foram os policiais penais autores do ato, para que estes sejam identificados e devidamente punidos.
Eis a íntegra da carta dos familiares denunciando roubo e maus tratos na penitenciária:
NOTA DE REPÚDIO
Os familiares dos detentos que se encontram alojados no pavilhão J, do complexo penitenciário Francisco de Oliveira Conde (FOC), por meio desta nota, vêm pedir que sejam tomadas as devidas providências em relação ao episódio ocorrido no dia 19/08/2021. Ocorre que, alguns policiais penais entraram no referido pavilhão, usando de forma maior para oprimir os detentos, tendo sido estes colocados, como punição, sob o sol por um período de mais de 6 horas. Ademais, todos os pertences dos presos tais como lençóis, toalhas, fardas, colchões e ventiladores foram levados pelos policiais. As famílias desejam o ressarcimento de tudo que foi retirado dos alojamentos, uma vez que foram os familiares que compraram os referidos itens. As famílias ainda, esperam que seja apurado quem foram os policiais penais autores do ato, para que estes sejam identificados e devidamente punidos.
Nós, familiares pedimos o apoio do ilustre Governador Gladson Cameli, do Ministério Público, da Defensoria Pública e também do Sr. Secretário de Segurança, para que não venha mais a ocorrer tal prática, visto que isso tem sido algo contante. Apesar do medo de represálias, as famílias querem que isso tenha um fim, em virtude das diversas ameaças sofridas pelos presos, onde muitos deles acabam sofrendo algum tipo de lesão/ferimento, para que não haja incidência de consequências mais desastrosas.
A Tribuna