O aumento das exportações de carne branca para a China, a queda da safra de milho por causa da seca e a geada da última semana, ajudaram o preço do frango disparar no mercado. A previsão que o quilo do produto tenha um reajuste de quase 20% nas gôndolas das redes de supermercados acreanos. “O quilo da carne de frango está sendo entregue por R$8.000,00, mas os cortes das partes mais nobres ficaram mais cara”, admitiu Paulo Eduardo Santoyo, representante da Acreaves Alimentos Ltda.
Destacou que esse novo reajuste no preço da carne de frango reflete em fatores internos e externos. Apontou a queda da produção de milho no estado do Mato Grosso por conta de uma seca inclemente, enquanto no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul a geada trazida pelas frentes frias das últimas semanas de julho. Se esquecer da queda drástica na produção de grãos na Costa Norte dos Estados Unidos da América (EUA) que contribui para o aumento do preço da cotação do milho no mercado internacional. “A nossa sorte que tivemos uma boa colheita no estado, porque muitas empresas sediadas na região Sul estão recorrendo a importação do milho da Argentina para manter as granjas de engorda de frangos”, observou.
Santoyo revelou que tinha fechado a exportação de quatro container’s de carne de frango para cidade chinesa de Hong Kong. Observou que a abertura do mercado chinês para a carne branca pode contribuir com a ampliação das granjas de engorda de frangos na região do Alto Acre. Os criadores acreanos coloca no mercado uma média de mil toneladas de frango por mês, mas com o crescimento da produção de grãos de milho o estado poderá duplicar a sua produção de carne branca. “Estamos dialogando com os criadores para ampliar a criação, para que possamos aumentar a capacidade de abate da nossa planta frigorífica”, aposta.
Potencial – O aumento do consumo de carne branca no estado no mês de dezembro de 2019 refletiu num reajuste de 10% no preço do quilo do franco abatido nas granjas, mas em sete meses deste ano o valor do produto duplicou. Desde que a carne bovina disparou nas redes de supermercados que os consumidores acreanos passaram a comprar carne de frango e suína, para diversificar o cardápio da semana.
O setor registrou uma produção de nove mil toneladas de frango por ano, mas agora chega em torno de 12 mil toneladas. Com a explosão do consumo nas últimas semanas, as granjas nos municípios de Epitaciolândia e Brasileia precisariam duplicar a capacidade de produção para atender demanda do mercado externo e interno. A produção do produto genuinamente acreano tem como destino as redes de supermercados e atacadistas da região da Amazônia Ocidental.