O médico infectologista Thor Dantas utilizou a rede social Twitter, nesta sexta-feira, 13, para defender a aplicação de uma terceira dose de vacina contra a Covid-19 em idosos, que respondem menos a vacinas como regra geral, profissionais de Saúde, que estão na linha de frente de enfrentamento à doença, e outros grupos prioritários.
De acordo com Dantas, todas as vacinas tem menor eficácia nos idosos e pessoas com imunodeficiência, que são, ao mesmo tempo, populações de maior risco de gravidade por Covid-19. E, pelo mesmo raciocínio, deveriam estar com o sistema imune “no melhor”, “para encarar a próxima onda de variantes que se anuncia”.
Embora seja um tema que divide opiniões, pois não há com priorizar a terceira dose em um grupo, enquanto a maioria da população ainda não recebeu sequer a primeira, o médico alertou que isso ocorre porque, mesmo com o avanço da imunização, o Brasil ainda está atrás na cobertura vacinal, se comparado a outros países.
“Do ponto de vista científico, faz todo sentido considerar já terceira dose em idosos, portadores de imunodeficiências e talvez profissionais de saúde vacinados há mais de um ano”, destacou o médico.
A terceira dose já é uma realidade em vários países. Na América do Sul, o Chile foi o primeiro país a adotar a medida e começou na última quarta-feira, 11, a administrar a terceira dose das vacinas contra a covid-19, como reforço para quase dois milhões de pessoas com idade superior a 55 anos, que já haviam recebido as duas doses do imunizante Coronavac.
O Uruguai também aprovou a aplicação da terceira dose, o que deve iniciar a partir da próxima segunda-feira, 16. No resto da América Latina, a República Dominicana iniciou em julho a aplicação da terceira dose.
Variantes do novo coronavírus
Ao longo da pandemia de Covid-19, diversas mutações do vírus tem surgido. Em 9 de julho de 2021, a Secretaria de Estado de Saúde do Acre confirmou ter identificado 68 casos da variante Gama e agora, os olhos do mundo e também das autoridades acreanas estão voltados para a variante Delta, que já está se tornando dominante em vários países e, no Brasil, já responde por 570 casos e segue avançando rapidamente.
Outra variante que também chama a atenção é a andina, denominada Lambda, cujos casos tem tido crescimento exponencial nos países de fronteira com o Acre, Peru e Bolívia. Assim como a Delta, a Lambda também é apontada como de alta transmissão, se comparada à versão clássica do coronavírus.
“O surgimento das variantes têm nos mostrado que conviveremos ainda com o problema do vírus por algum tempo e talvez tenhamos que passar por ciclos regulares de vacinação para manter a imunidade ‘atualizada’, como fazemos com gripe. Nesse sentido, de manter o sistema imune “atualizado” e o “mais vigilante possível” contra as variantes de Covid, tem estudos mostrando que combinações de diferentes vacinas podem ser estratégias eficazes para promover respostas imunes melhores”, explica o médico infectologista.
Para Thor Dantas, “pelo mesmo raciocínio, profissionais de saúde na linha de frente, que se vacinaram lá no início, com as primeiras vacinas, e estando altamente expostos ao contágio, deveriam estar com seu sistema imune no melhor, para encarar a próxima onda das variantes que se anuncia”.