Maior crocodilo do mundo que viveu no Acre há milhões de anos é redescrito em artigo científico

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Purussaurus brasiliensis viveu na Amazônia ocidental cerca de 8 milhões de anos atrás. Material reforça pesquisas sobre espécie que viveu no Brasil.

O estudo sobre o Purussaurus brasiliensis, conhecido como lagarto do Rio Purus, que viveu na Amazônia há mais de 8 milhões de anos, teve um novo artigo científico publicado na semana passada sobre a espécie. A publicação faz um cruzamento de informações sobre a espécie e fortalece as características do maior crocodilo do mundo já registrado.

Para essa redescrição, foram analisados alguns fósseis do animal achados em anos diferentes, um deles – o mais completo já encontrado – está no laboratório de paleontologia da Universidade Federal do Acre (Ufac). Com isso, ficaram reforçadas algumas características da espécie achada no Brasil, a tornando única.

Segundo os estudiosos, podendo chegar a mais de 12 metros, o Purussaurus foi o maior crocodilo que viveu no planeta em qualquer tempo. O primeiro fóssil do animal foi achado em 1892 às margens do Rio Purus e chegou até as mãos do botânico João Barbosa Rodrigues, responsável pelo Museu de Botânica da Amazônia na época do império e também o primeiro a classificar o crocodilo.

A paleontóloga Lucy Gomes de Souza, do Museu da Amazônia (Musa), uma das autoras do artigo, explica como foi esse processo.

“A gente analisou peças encontradas e comparamos com o material mais completo de Purussaurus brasiliensis conhecido, que é o crânio de mandíbula que estão depositados na Universidade Federal do Acre, onde temos uma mandíbula completa, então, com os estudos dessa mandíbula, a gente conseguiu levantar novas características que são exclusivas da espécie e demonstrar que ela é diferente das duas espécies de purussaurus que já existem, resgatando a parte histórica desses materiais”, explica.

O pesquisador e paleontólogo Jonas Filho é coautor do artigo e explica que é comum revisões serem publicadas relacionadas a espécies pré-históricas, já que, conforme mais materiais são estudados, mais detalhes são revelados.

“A primeira vez que ele foi descrito em 1892 pelo seu criador original, o Barbosa Rodrigues, tinha poucas peças, eram placas isoladas, um pedaço de mandíbula que deu apenas para definir essa nova espécie, que chamou de Purussaurus, que significa lagarto do Rio Purus brasileiro, mas ele apenas mencionou que era um jacaré grande, foi o que ele concluiu naquela época. Depois novos achados foram feitos e a partir daí surgiu uma avaliação muito mais abrangente do Purussaurus. Então, esse trabalho novo junta a análise desses materiais e permite a gente conhecer um pouco mais da espécie”, pontua.

 

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