O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) admitiu hoje uma possível derrota da PEC (proposta de emenda à Constituição) do voto impresso, que deve ser colocada em votação pelo plenário nesta semana na Câmara dos Deputados.
Em entrevista à Rádio Brado, Bolsonaro falou que, sem acordo, a ideia não vai prosperar. Ele também voltou a fazer acusações sem provas ao presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luís Roberto Barroso, dizendo que ele “apavorou parlamentares” para barrar o avanço do voto impresso.
“[O Arthur Lira] vai [chamar para plenário], mas se não tiver uma negociação antes, um acordo, vai ser derrotada a proposta porque Barroso apavorou alguns parlamentares. E tem parlamentar que deve alguma coisa na justiça, deve no Supremo. Então o Barroso apavorou, ele foi para dentro do parlamento fazer reunião com lideranças e praticamente exigindo que o Congresso não aprovasse o voto impresso”, disse.
Na última quinta-feira (5) a PEC foi rejeitada pela comissão especial por um placar expressivo, 23 votos contrários a 11 favoráveis. No entanto, como o colegiado não tem caráter conclusivo, apenas opinativo, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), optou por levar o tema ao plenário.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, antes de anunciar publicamente a votação, Arthur Lira (PP-AL) e o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, comunicaram a Bolsonaro a decisão de pautar a PEC do voto impresso, mas avisaram que, se o texto fosse rejeitado, não iriam endossar nenhuma ação do presidente contra o atual sistema da urna eletrônica. Na conversa, destacaram que a decisão do Legislativo precisará ser acatada.