Polícia Civil investiga esquema de rachadinha em órgãos do Acre

Um prédio em ruínas no Distrito Industrial é sede para cinco empresas públicas falidas, são elas: Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Acre (Codisacre), Companhia de Desenvolvimento Agrário e Colonização do Acre (Colonacre), Companhia Industrial e Laticínios do Acre (Cila), Companhia de Saneamento do Estado do Acre (Sanacre) e Empresa de Processamento de Dados do Acre (Acredata).

Essas empresas não prestam serviço algum ao estado, mas têm gastos com a folha de pagamento maior que muitas secretarias. Cada uma das falidas conta com dois diretores com salários superiores a R$ 16 mil.

Uma dessas pessoas agora virou alvo de uma investigação da Polícia Civil.A diretora financeira da Codisacre e está sendo acusada por uma funcionária de fazer à famosa rachadinha, quando o servidor é obrigado a repassar parte do dinheiro para quem lhe indicou.

A diretora supostamente exigia das pessoas que ela indicou para o cargo comissionado um valor fechado por mês que deveria ser entregue em espécie em sua casa ou mesmo no gabinete.

Três pessoas já foram ouvidas pelo delegado Pedro Rezende, na Delegacia de Combate a Corrupção. São comissionados que repassavam parte do salário por mês. Há uma servidora que mesmo recebendo um salário mínimo era obrigada a fazer a rachadinha.

O responsável pela Delegacia de Corrupção já ouviu duas pessoas que eram obrigadas a repassar parte do salário à diretora. Ele tem em mãos também conversas de WhatsApp e áudios onde mostra que a diretora fazia a cobrança do dinheiro todos os meses.

A denúncia veio à tona porque uma das servidoras, após ser humilhada, decidiu denunciar o assédio moral e a rachadinha. O delegado ainda não fala sobre a investigação, mas outras pessoas já estão na lista para prestarem depoimentos. Um deles é o diretor geral das falidas, Marcelo Messias, primo do governador Gladson Cameli. Segundo a denunciante, ele sabia das rachadinhas e nunca fez nada.

Mas o alvo principal é a diretora que conseguia ter poder no governo para indicar vários cargos comissionados. A investigada não tinha cargos apenas na Codisacre, a polícia recebeu informações que ela mantinha outros comissionados em secretarias como o Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac).

Um dos cargos que está sendo investigado é a contratação de um contador que nunca compareceu ao local de trabalho ,ou prestou serviços para o estado, ele recebia um alto salário em comissão para prestar serviços à diretora. O caso teria sido levado ao governador Gladson Cameli, que ficou sabendo da rachadinha, mas nenhuma medida contra a diretora foi tomada.

A TV Gazeta entrou em contato com a diretora, ela negou a prática de pegar dinheiro de comissionados indicados por ela, assim como assédio moral, disse que tudo não passa de fogo amigo, como é uma pessoa que fala tudo, paga um preço alto e muitas pessoas ficam chateadas e querem buscar formas de se vingar.

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