Da “cor de terra” ao azulão: PMAC volta às raízes e adota cor histórica no fardamento

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Depois dos mais de 105 anos de história, a Polícia Militar do Acre ganha roupa nova. Quem está acostumado a ver os policiais militares do Estado ostentando um uniforme operacional cáqui, cor cujo nome traz o significado de “empoeirado” ou “cor de terra”, em breve poderá vê-los vestidos em uma farda que remete às origens e recontam a história da própria instituição: o azul escuro, chamado internamente de “azulão”. A mudança faz parte de um processo de resgate histórico da identidade visual da PMAC, que foi em parte perdida com o passar dos anos e as transformações estruturais que a corporação sofreu.

Esta é a terceira vez que a PMAC muda a cor do uniforme, desde a implantação de sua fase atual, em 1974. O objetivo, além de se modernizar, é construir efetivamente uma identidade visual valorizando as raízes. A decisão passou pelo crivo do Estado Maior da instituição (grupo de oficiais com patentes superior a major), depois de levantamento histórico e estudos realizados por uma comissão criada especificamente para este fim, e envolve, além da mudança de cor do fardamento operacional, ajustes nos demais uniformes, padronização de viaturas, quartéis e quaisquer materiais que tenham a marca institucional.

Discussão antiga na corporação, a mudança de cor do uniforme já é ensaiada há pelo menos cinco anos. Uma pesquisa interna foi realizada em 2015, e entre as opções de uniforme disponíveis para escolha (permanecer no cáqui, mudar para o camuflado urbano, azul, verde, etc,) o “azulão” obteve a maioria de votos da tropa. No entanto, o uniforme camuflado urbano tinha grande aceitação entre os policiais, de oficiais a praças, sendo autorizado e adquirido por muitos, acentuando a perda de identidade visual da PM.

Somado a isso, o fato de apenas o fardamento operacional (o chamado 4º B) ter sido alterado de azul para cáqui, em meados da década de 90, enquanto os demais uniformes (administrativo, de passeio, gala, etc.) permaneceram nas cores antigas, deixou ainda mais “poluída” a paleta de cores que compunham a identidade visual.

Para o comandante geral da PM, Coronel Paulo César Gomes da Silva, esses motivos trouxeram à tona as discussões sobre as mudanças necessárias para um retorno às origens e a um resgate da identidade. O Regulamento de Uniforme (RU) está sendo construído por uma comissão formada por policiais militares, e é chancelado pelo Estado Maior. A decisão, segundo o comandante, passa distante de preferências políticas, sendo restrita aos anseios da tropa.

“Era um desejo nosso já de muito tempo, mas só agora conseguimos aprovar e dar andamento, com essa comissão. O azul e o branco são cores muito representativas pra gente e com forte apelo histórico, principalmente o azul, que estava presente nas primeiras fardas criadas pela PM no Acre”, pontuou o comandante.

O “azulão” já é a cor do uniforme de quase um terço das policias militares estaduais de todo o Brasil, sendo que oito das 27 unidades da federação, três delas da região Norte, adotam a cor no uniforme oficial. A mudança proposta pelo novo RU não vai gerar aumento de despesas, uma vez que, segundo a lei, o Estado já é obrigado a fornecer dois uniformes por ano a cada policial, e a substituição será, assim, paulatina.

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