Greve da Educação completa 25 dias e sindicato diz que não recebeu proposta da SEE

Com paralisação da categoria, início do ano letivo segue comprometido na maioria das escolas públicas do Acre

Os trabalhadores da rede pública estadual de Educação seguem com a paralisação que já dura 25 dias e, segundo o sindicato da categoria, a Secretaria de Educação do Estado ainda não formalizou nenhuma proposta. A greve compromete o início do ano letivo de 2021 na maioria das escolas do estado.

Em greve desde o dia 13 de maio, a categoria reivindica a reformulação do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) e o reajuste no piso salarial. A Secretaria de Educação informou que as propostas serão apresentadas à categoria na audiência de conciliação, marcada pela Justiça do Acre para a próxima quarta-feira (9), às 9h, entre o sindicato, a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e a SEE.

Em coletiva na última quarta-feira (2), a secretária estadual de Educação, Socorro Neri, e o governador Gladson Cameli explicaram um pacote de ações e planejamentos para a volta das aulas presenciais a partir do segundo semestre. Apesar da paralisação dos servidores, o governo afirmou que não há greve na pasta, mas, atualmente apenas 30%, como prevê o regulamento, dos servidores estão trabalhando.

Nesta segunda-feira (7), a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre (Sinteac), Rosana Nascimento, afirmou que os servidores continuam com a greve. Ela afirmou que as medidas apresentadas pelo governo em coletiva não foram formalizadas para a categoria.

“Mantemos a greve. Amanhã vamos fazer uma grande caminhada, vestidos de preto e com balões pretos. Só temos a proposta que o governo divulgou na coletiva, nós sabemos do mesmo jeito que todos sabem, porque eles não oficializaram a gente. Então, para nós ainda não tem uma proposta, porque não nos entregou”, disse Rosana.

Retorno de aulas presenciais
Entre as medidas apresentadas na última quarta, a SEE informou que pretende inserir o ensino híbrido – com aulas presenciais e remotas – a partir do segundo semestre do calendário escolar.

“Estamos trabalhando com o fato de que não estamos mais em greve, as escolas estão funcionando, o ano letivo está sendo realizado. Estamos, agora, trabalhando, mantendo o diálogo, e apresentando algumas medidas, como essas que apresentamos. O diálogo sempre esteve aberto, fizemos muitas reuniões com o sindicato, com colégios diretores, recebemos, inclusive, um grupo de manifestantes, e o que estamos fazendo hoje é mostrando o resultado dessas reuniões”, afirmou Socorro Neri.

O Acre está com as aulas presenciais suspensas desde março de 2020, quando foram confirmados os primeiros casos de Covid-19 no estado. De lá para cá, os alunos têm acesso ao material escolar por meio de aulas na web, transmitidas nas rádios ou na televisão. As atividades também são entregues pelos professores nas escolas para as famílias.

Com a greve, cerca de 80% das escolas da rede pública não iniciaram o ano letivo 2021 no dia 10 de maio, como estava previsto pela SEE. Os trabalhadores paralisaram as atividades por conta da reposição nos salários.

G1