Família de Amair Feijoli da Cunha comprou uma propriedade próximo à Floresta Estadual Antimary, localizada na BR-364 entre Sena Madureira e Bujari, interior do Acre. Moradores da região denunciaram o novo morador ao Ministério Público do Acre (MP-AC) por ameaça e o órgão instaurou um procedimento preparatório para investigar.
Apontado como responsável pela contratação dos pistoleiros que mataram a missionária norte-americana Dorothy Stang, em fevereiro de 2005, Amair Feijoli da Cunha, o Tato, é investigado pelo Ministério Público do Acre (MP-AC) por desmatar uma área de 600 hectares, além de criar gado e ameaçar moradores da unidade de conservação ambiental Floresta Estadual Antimary (FEA). A unidade fica localizada na BR-364 entre Sena Madureira e a cidade do Bujari, interior do Acre.
Amair Feijoli também é alvo da Polícia Civil de Sena Madureira e ações de combate ao desmatamento e invasões de terra do Batalhão de Policiamento Ambiental (BPA), Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac) e Secretaria de Meio Ambiente Estadual (Sema).
Em janeiro de 2021, um grupo de 40 pessoas, entre moradores e invasores da região, procurou a Promotoria de Justiça de Sena Madureira para denunciar que Amair Feijoli havia se mudado para uma fazenda na localidade e estaria fechando alguns ramais (estradas de terra), retirando madeira ilegalmente e criando gado. A partir daí, o MP-AC iniciou as investigações e instaurou o procedimento.
Amair Feijoli foi condenado a 18 anos por intermediar a morte de Dorothy Stang. Segundo a Justiça do Pará, foi ele quem contratou os pistoleiros Rayfran e Clodoaldo Carlos Batista para assassinar a missionária a mando de Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, e Regivaldo Pereira Galvão.
Dorothy foi morta a tiros em Anapu, sudoeste do Pará, por lutar pela reforma agrária. Ela coordenava projetos de uso sustentável da floresta em áreas de assentamento do Incra e sofria ameaças de madeireiros na época.
O G1 apurou que a família de Amair Feijoli se mudou para o Acre em 2020. Contudo, ele continua mantendo residência no Pará, onde também teria terras. A reportagem entrou em contato com a família de Feijoli e aguarda um posicionamento do advogado dele.
A reportagem tentou também ouvir o promotor de Justiça responsável pelo procedimento preparatório, Luiz Henrique Correa Rolim, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
G1