Fazendeiros e servidores públicos são presos por fraude de R$ 24 milhões na venda de gado

Três servidores públicos acreanos foram, presos na Operação Fake Boi, que investiga lavagem de dinheiro, organização criminosa, corrupção, peculato e crimes contra a ordem tributária. Junto com uma família composta por pai, mãe e filho que comercializava gado de forma ilícita via “arrendamento fraudulento para movimentar gado”, eles foram alvo de mais uma fase da apuração dos desvios de gado que ocasionaram perdas milionárias de receita de impostos no Acre com a venda irregular de gado bovino. As prisões aconteceram nesta terça-feira (18) por meio de uma parceria entre as polícias civis dos Estados do Acre, Rondônia e Goiás. A ação foi coordenada pelo delegado Pedro Rezende, da Delegacia de Combate à Corrupção.

Foram apreendidos três veículos e um rebanho de 950 animais. Além disso, R$ 2, 966 milhões em contas bancárias dos envolvidos foram bloqueados pela Justiça.

O delegado Pedro Rezende afirmou que a ação policial nesta fase “atingiu o núcleo financeiro e patrimonial da organização criminosa que atuava no Acre, em Rondônia, no Amazonas e em Goiás”.

A família de pai, mãe e filho ainda teria o auxílio do irmão do pai, que seria o tio do rapaz. Eles compravam gado no Acre, apresentavam documento de transporte desse gado supostamente para propriedades arrendadas no Amazonas ou em Rondônia mas, na verdade, o rebanho era levado a Goiás, de onde as vendas eram feitas para Mato Grosso, São Paulo, Minas Gerais. Só nessa movimentação eram fraudados, em três meses, só de ICMS a ser pago no Acre, R$ 6 milhões. Como a quadrilha atuou por, pelo menos , um ano e dois meses, um três meses, o desvio pode chegar a R$ 24 milhões.

Para concretizar o golpe, era necessário a conivência e a cumplicidade de servidores públicos, como apurou a força tarefa. As investigações chegaram aos três funcionários também presos essa semana. Eles fraudavam guias e autorizações de manejo entre propriedades, isentas de pagamento de tributo. Sete delegados e mais de 50 policiais integraram a operação, que também contou com a ajuda da Secretaria de Fazenda e do Idaf.

A Tribuna