O delegado da Polícia Civil (PC) Pedro Resende disse que sete mandados foram cupridos durante a operação ‘Fake Bois’ nos estados do Acre, Rondônia e Goiás. O esquema criminoso chegou a movimentar R$24 milhões, mas que resultou num prejuízo aos cofres do governo do Estado de R$ 6 mi, por não recolhimento do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) por boi em pé.
As autoridades policiais apreenderam um rebanho bovino de cerca de 960 cabeças, nos seguintes municípios: Senador Guiomard (442 cabeças), Porto Acre (225 animais), no município amazonense de Boca do Acre (175 cabeças) e numa propriedade rural no estado do Goiás (118 cabeças). Além do bloqueio de mais de R$ 2 milhões que estavam depositado nas contas bancárias dos acusados de participar do esquema de sonegação de tributos e a apreensão de três veículos.
A organização criminosa contava com participação de um casal e um filho que tinham apoio logístico de um tio que morava no estado do Goiás. O esquema, segundo Rezende, consistia na compra do gado nos municípios acreanos, em seguida, os animais era transferidos para uma propriedade arrendada no Amazonas ou Rondônia.
Depois de retirar os animais do território do Acre, eles eram transportados até uma propriedade rural do município de Jataí (no estado do Goiás), onde eram comercializados com criadores dos estados do Mato Grosso, Minas Gerais e São Paulo, sem pagar tributos devidos. O esquema criminoso contava com a ajuda de três servidores públicos, inclusive de um funcionário da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz) que permitia o remanejamento dos rebanhos entre os estados vizinhos, sem o recolhimento do ICMS. “A operação contou com participação de mais de 50 policiais dos três estados (Acre, Rondônia e Goiás)”, revelou Pedro Rezende.
Cerco – Desde o começo do ano que uma ação integrada da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz), do Instituto de Defesa Animal e Florestal (Idaf), com a participação do Ministério Público Estadual, Procuradoria -Geral do Estado do Acre (PGE-AC) e Polícia Civil (PC) buscava conter a saída ilegal de gado para outros estados, sem o recolhimento do ICMS. A estimativa que nos últimos cinco anos o esquema criminoso tenha movimentado mais de R$ 500 milhões, que corresponderia um prejuízo projetado em mais de R$ 60 milhões de ICMS não declarado e não recolhido pelo governo do Estado. Os criadores identificados com a prática de sonegação acumulam uma dívida projetada em R$30 mi, do ICMS não declarado.
A Tribuna