Paciente tem sintomas de Covid-19, mas aguarda exames. Para proteger homem da chuva, equipe usou placa emprestado de uma loja. Cidade, que é uma das isoladas no estado, está sem ambulância há quase dois anos.
Um morador de 49 anos do município de Jordão, que é um dos mais isolados do Acre, precisou ser transportado na carroceria de uma caminhonete para ser levado da unidade mista de saúde até o aeroporto da cidade em meio à chuva.
Mesmo que alguns exames não tenham confirmado, o homem tem sintomas graves e a suspeita é que seja Covid-19. Ele teve que ser transferido nessa segunda-feira (19) para um hospital na capital acreana, Rio Branco, por meio do Tratamento Fora do Domicílio do Acre (TFD). Sem ambulância, os profissionais de saúde tiveram que improvisar e usar uma caminhonete para fazer o transporte. As imagens viralizaram nas redes sociais.
Ao G1, o gerente-geral da unidade mista de Jordão, Nertan Mendoça, informou que a cidade está sem ambulância há quase dois anos e que o governo sinalizou que o veículo deve ser entregue ao município durante o período de verão, uma vez que o acesso à cidade é complicado.
“Realmente aconteceu, porque estamos sem ambulância no município e estamos aguardando. Enquanto isso, estamos fazendo o possível com o que dá para fazer. Infelizmente, esse paciente precisou ser transferido para Rio Branco, porque aqui nós não temos UTI, e, por não ter ambulância, levamos em um carro de carroceria”, disse o gerente.
Como estava chovendo, a equipe usou uma placa de propaganda, emprestada por uma loja da cidade, para poder proteger o paciente. “Procurei uma lona e não achei, então improvisamos com uma placa para não levá-lo totalmente na chuva.”
O G1 entrou em contato com o governo e aguarda posicionamento sobre a questão de ambulância na cidade.
Covid-19 no Jordão
Pouco mais de um ano após registrar os primeiros óbitos por Covid-19, a cidade de Jordão tem o menor número de mortes pela doença. Conforme dados do boletim divulgado diariamente pela Secretaria Estadual de Saúde, Jordão tem somente um óbito.
A cidade é uma das mais isoladas no Acre, onde para se chegar só é possível por meio de barco ou avião de pequeno porte.
Com pouco mais de 8 mil habitantes, Jordão foi o penúltimo município acreano a registrar morte pela doença. A primeira e única morte na cidade foi do indígena Roldão Kaxinawá, de 99 anos, no dia 11 de julho do ano passado, após 10 dias de luta contra a Covid-19. Ele estava internado no Instituto de Traumatologia e Ortopedia (Into), em Rio Branco.
A cidade registra ainda o menor número de casos confirmados de Covid-19 do estado, com um total de 376 e tem a quarta menor taxa de incidência da doença no Acre, com 44,3 casos para cada mil habitantes.
G1