Polícia prende casal que aplicou golpes usando perfis falsos da campanha SOS Acre

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O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), por intermédio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), conseguiu na Justiça a decretação da prisão preventiva de dois responsáveis por perfis na rede social Instagram que utilizavam cards adulterados da campanha SOS Acre para aplicar golpes.

A prisão foi efetuada na noite desta quinta-feira (04) em Manaus, no Amazonas, pelo Gaeco do MPAM. O casal utilizava dois perfis falsos – já excluídos – para aplicar os golpes, publicando cards semelhantes aos utilizados pelo MPAC na campanha SOS Acre, com dados de conta bancária e PIX adulterados. O objetivo era obter vantagem ilícita, induzindo em erro os interessados em realizar doações para a campanha.

Além da prisão ​preventiva, os responsáveis pelos perfis tiveram as contas bancárias bloqueadas, com valor total de cerca de 5 mil reais – os bancos ainda não informaram sobre movimentações de outros valores. Um dos responsáveis pelos perfis também é suspeito de praticar crime de estelionato, usando o colapso causado pela Covid-19 no sistema de saúde no Amazonas para anunciar e vender cilindros de oxigênio que não eram entregues após o pagamento.

O promotor de Justiça Fernando Cembranel, do Gaeco do MPAC, destacou o sucesso das investigações e da prisão dos suspeitos, e agradeceu a colaboração da Justiça do Acre e dos Gaecos do Amazonas e do Pará.

“Essa articulação interinstitucional foi extremamente importante para o êxito da prisão dos investigados, que fez cessar a empreitada criminosa. Importante salientar que não foi uma postagem isolada, eles alimentavam os perfis no Instagram buscando essas vantagens indevidas. Também serve de exemplo para que esse tipo de situação não aconteça novamente”, apontou o promotor.

Em sua decisão, o juiz Danniel Gustavo Bomfim, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Rio Branco, justificou a decretação da prisão preventiva.

“A segregação dos representados servirá não só para acautelar o meio social, mas a própria credibilidade da Justiça. A prática delitiva de crime dessa espécie causa grande intranquilidade social, motivo pelo qual deve ser seriamente controlado com vistas a impedir a constante repetição de tais atos em detrimento da população”, afirmou.

O promotor de Justiça ressaltou que eventuais vítimas do golpe devem procurar o MPAC ou registrar um boletim de ocorrência e encaminhar ao MP acreano para que seja dada continuidade às investigações e, ao final, os acusados sejam denunciados pelos crimes.

Campanha SOS Acre

A Campanha SOS Acre, criada para auxiliar as famílias afetadas pelas cheias dos rios no estado, é uma realização do MPAC, tendo o Tribunal de Justiça do Estado do Acre (TJAC) como parceiro, além do apoio de empresários, entidades representativas do Ministério Público, da magistratura, advocacia, artistas e a sociedade civil. Até o momento, a campanha arrecadou mais de R$ 1,1 milhão em doações para as famílias desabrigadas.

O MPAC alerta que a campanha não tem perfil nas redes sociais e que a única conta bancária apta a receber doações é a da Associação do Ministério Público do Acre (Ag.: 2359-0 / CC: 14.300-6. Banco do Brasil). É possível também doar pelo PIX, no CNPJ: 63.589.899/0001-40.

Mais informações e transparência sobre a campanha podem ser obtidas através do site www.mpac.mp.br/sosacre. O promotor Fernando Cembranel ressaltou a importância da continuidade das doações.

“Quem conhece um pouco da realidade das cheias, sabe da necessidade de contribuir para que essas pessoas tenham um pouco de alento e dignidade nesse momento difícil. É extremamente importante que todos que têm condições contribuam, porque há necessidade de amparar quem perdeu tudo e está no desamparo”, disse.

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