Manancial chegou a 10,65 metros na medição das 6h desta sexta-feira (12) em Tarauacá e está com mais de um metro acima da cota de transbordo, que é de 9,50 metros. Segundo Defesa Civil, 22 famílias foram levadas para abrigo
O nível do Rio Tarauacá, na cidade de mesmo nome, continua subindo e já desabriga mais de 100 pessoas, segundo dados da Defesa Civil Municipal. Na medição das 6h desta sexta-feira (12), o manancial marcou 10,65 metros e está com mais de um metro acima da cota de transbordo, que é de 9,50 metros.
Dados da Defesa Civil Municipal apontam que seis bairros e localidades da cidade voltaram a ser atingidos com a nova subida das águas. A estimativa é que cerca de 12 mil pessoas estejam atingidas pelo novo transbordamento do rio.
Bairros afetados
Senador Pompeu (Conhecido como Bairro da Praia)
Triângulo
Invasão do Buchão
Bairro das Flores
Parte do Centro
Entorno da BR 364
Ao todo, 22 famílias, com 109 pessoas, que tiveram as casas atingidas pelas águas do manancial foram levadas para um abrigo montado pela prefeitura, na Escola Djalma da Cunha Batista. Além delas, outras duas famílias com 13 pessoas estão desalojadas, ou seja, foram levadas para casas de parentes.
Enchente
A nova enchente na cidade ocorre em menos de 15 dias desde que os moradores atingidos pelas águas do manancial em fevereiro voltaram para suas casas.
Com uma população estimada em 43.151 pessoas, de acordo com o Instituto Brasileiro e Geografia e Estatística (IBGE), a cidade de Tarauacá chegou a ter 28 mil moradores afetados com a enchente do rio no mês passado.
De acordo com a Defesa Civil, dos nove bairros que há na cidade, apenas um não foi atingido pelas águas. Cerca de 90% do município foi afetado pela enchente. Devido a situação, a cidade decretou calamidade pública no dia 18 de fevereiro.
No último dia 22, quando as águas baixaram, os moradores que voltavam para casa chegaram a relatar que a cidade parecia um cenário de guerra. Com a nova subida do rio, a situação voltou a preocupar. A Secretaria de Obras do município chegou a retirar mais de 4,5 mil toneladas de entulho das ruas.
Calamidade pública
No dia 22 de fevereiro, o governador Gladson Cameli decretou calamidade pública em dez cidades do Acre por conta da cheia dos rios e igarapés. No mesmo dia, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) reconheceu, em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), o estado de calamidade nos municípios de Rio Branco, Sena Madureira, Santa Rosa do Purus, Feijó, Tarauacá, Jordão, Cruzeiro do Sul, Porto Walter, Mâncio Lima e Rodrigues Alves. A cheia dos rios chegou a atingir mais de 130 mil pessoas no Acre.
Casos de dengue
Em meio à nova enchente, a cidade de Tarauacá enfrenta o alto número de casos de dengue. Segundo boletim epidemiológico divulgado nessa quinta-feira (11) pela Secretaria Municipal de Saúde, o município registra 2.220 casos positivos de dengue.
Os dados foram atualizados até quarta (10). Há ainda mais de 2,9 mil notificações de casos suspeitos da doença. Mais de 3,1 mil moradores da cidade procuraram atendimento ambulatorial depois de apresentarem sintomas parecidos com os da dengue. Ainda segundo o boletim, a cidade registra sete casos suspeitos de zika vírus e outros 32 suspeitos de chikungunya.
A unidade de referência para atendimento de pacientes com dengue, Unidade de Saúde da Família (USF) Maria da Luz, precisou ser fechada nessa quinta (11) devido o aumento do nível do rio, que já atinge a rua da unidade, no bairro Senador Pompeu. A informação foi confirmada ao G1 pelo secretário de saúde do município, Aderlandio França.
Segundo ele, com a unidade fechada, os pacientes que apresentarem sintomas da doença devem procurar qualquer outra unidade de saúde do município para buscar atendimento.
G1