Conheça os conselheiros de Lula em sua volta à cena política; Jorge Viana é um deles

Ex-ministros dos governos petistas são maioria no grupo que assessora atualmente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que recuperou os direitos políticos após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, em 8 de março. Aloizio Mercadante, Alexandre Padilha e Celso Amorim têm conversas quase todos os dias com o líder petista e o ajudam a se aprofundar nos temas do debate nacional, principalmente nas questões ligadas ao efeito da pandemia na saúde e na economia.

Desde o começo da pandemia, Lula, que sempre foi adepto de conversas olho no olho e vive mais no mundo analógico, tem se rendido a reuniões por plataformas de internet e gastado mais tempo ao telefone. Com 75 anos, ele faz parte do grupo de risco para a Covid-19 e tomou a primeira dose da vacina no último dia 13. Tenta fazer do apoio à prevenção um dos contrapontos em relação ao presidente Jair Bolsonaro, que já chamou o imunizante de “vacina chinesa” e disse que as pessoas poderiam virar “jacaré” como efeito colateral.

O ex-presidente busca os interlocutores para discutir temas específicos. Com a presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), com quem também conversa diariamente, e com o deputado cearense José Guimarães, fala de política. Padilha, que é médico e foi ministro da Saúde no governo Dilma, passou a ser consultado quase diariamente no último ano por causa do novo coronavírus. Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores, ajuda com as análises das questões internacionais.

O ex-ministro Fernando Haddad, que disputou a Presidência da República em 2018, costuma ter encontros semanais com Lula, e é consultado, principalmente, sobre educação. Semanas antes da decisão de Fachin, Lula havia pedido para Haddad viajar pelo país se apresentando como pré-candidato. No discurso que fez no dia 10, o ex-presidente voltou a dizer que espera que Haddad participe de debates sobre educação em todo o Brasil.

Mercadante, atual presidente da Fundação Perseu Abramo, o braço teórico do PT, subsidia o ex-presidente com dados econômicos. O economista Luiz Gonzaga Belluzzo é outro que tem conversas rotineiras com ele.

Também estão entre os interlocutores diários de Lula o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e o diretor do Sindicatos dos Metalúrgicos do ABC e do Instituto Lula, Moisés Selerges. Integrantes do núcleo duro do governo Lula, Gilberto Carvalho, seu ex-chefe de gabinete, e Luiz Dulci, ex-ministro da Secretaria Geral da Presidência, ainda conversam frequentemente com o ex-chefe.

Além de Gleisi e Guimarães, o senador Jaques Wagner (PT-BA) e o ex-senador Jorge Viana (PT-AC) falam com o ex-presidente por telefone quase toda a semana.

Lula costuma consultar ainda os governadores petistas Camilo Santana (Ceará), Rui Costa (Bahia) e Wellington Dias (Piauí). Dos três, Dias é o que tem acesso mais constante a Lula. Os governadores petistas do Nordeste têm se mobilizado para construir uma alternativa à compra de vacinas. O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), é mais um conselheiro frequente.

O Globo