Com 14 pessoas na fila por UTI, Acre vai tomar medidas mas rígidas para conter a pandemia

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Em uma reunião comandada pelo governador Gladson Cameli na tarde desta terça-feira, 16, representantes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do Acre se uniram no Palácio Rio Branco para discutir o cenário da pandemia de Covid-19 e analisar a necessidade de medidas restritivas mais rígidas.

Completando um ano desde que chegou ao Acre, a pandemia vive hoje seu pior momento, com o disparo do número de casos em centenas por dia, junto a rede pública e privada de saúde chegando ao  limite de suas capacidades de atendimentos. Só nesta terça, 14 pessoas estavam na fila por uma UTI e o maior hospital de referência do Estado para a doença, o Into, realiza cerca de 400 atendimentos por dia, encontrando-se próximo de sua ocupação máxima.

Participaram do encontro representantes da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), prefeitura de Rio Branco, Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC), Tribunal de Contas do Estado (TCE), Ministério Público do Acre (MPAC), Procuradoria Geral do Estado (PGE), além de gestores estaduais e municipais.

“Este é um encontro para que todos nós possamos estar de mãos dadas para diminuir esse sofrimento que o Acre vive. Nesse um ano de combate, eu digo meu muito obrigado a todos os poderes que estão juntos conosco desde o início. Confesso que estamos todos cansados. E agora preciso que sejam tomadas decisões que possamos dividir, além de termos toda a base legal”, destacou o governador Gladson Cameli.

A procuradora-geral do Ministério Público, Katia Rejane, atentou que mesmo com todos os esforços tomados até então, o Acre chega a seu pior momento, exigindo novas estratégias e medidas.

“Trabalhamos juntos, nos esforçamos, nos unimos e reconhecemos todo o trabalho até agora, mas estamos no momento mais crítico e precisamos saber o que deve ser feito para a contenção dessa pandemia, observando o que deu certo e aprender com os erros. Existe toda uma equipe multidisciplinar que pode nos ajudar a tomar as decisões corretas e certeiras”, explicou a procuradora.

Evitando o colapso

Com o estado seguindo um número de problemáticas que envolvem ainda o surto dengue, a inconstância da cheia dos rios e a crise migratória na fronteira com o Peru, a preocupação hoje com o agravamento da pandemia é de um colapso do sistema de saúde semelhante ao estado do Amazonas.

O procurador-geral do Estado, João Paulo Setti, ressaltou que a estrutura de saúde do Acre foi praticamente multiplicada por cinco desde o início da pandemia, com leitos, profissionais e atendimentos de baixa complexidade assegurados junto a média e alta, mas segundo o secretário de Saúde, Alysson Bestene, a palavra “exausta” tem sido pequena para definir o cansaço das equipes de saúde.

O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, relatou ter se reunido com representantes dos setores comerciais e com os outros prefeitos do estado para ouvir as demandas dos setores e possibilidades junto as administrações públicas. Muitas prefeituras tem intensificado campanhas educativas contra o avanço do coronavírus e alguns empresários estão se mobilizando para produzir e veicular peças publicitárias contra a Covid-19, mas as medidas restritivas ainda seguem sendo criticadas por alguns setores, mesmo com o cenário complicado.

“Mas seguimos na luta e vamos pela maioria. Não estamos medindo esforços na prefeitura e a todo momento nossa equipe municipal de Saúde está em sintonia com a equipe do Estado, dividindo responsabilidades e trabalhando em conjunto. Estou sempre em contato com o governador Gladson e dividimos nossas aflições”, disse o prefeito.

Entre os encaminhamentos gerais do encontro de poderes para conter o avanço da Covid-19 estão uma reunião virtual com todos os prefeitos do Acre para sensibilização do momento vivido, a criação de um Conselho Estadual de Crise e a deliberação de uma medida restritiva ainda mais rígida para todo o estado, com um novo plano de fiscalização junto a segurança pública e demais setores reguladores.

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