Grupo estava em cinco táxis que chegaram à cidade nessa segunda-feira (22), segundo prefeito. Coordenador do Gefron, que faz o policiamento na região de fronteira, diz que chegada tem sido praticamente diária e que imigrantes tentam rotas alternativas pela Bolívia, mas também estão sendo impedidos de entrar no país vizinho.
Um grupo com 20 imigrantes chegou na cidade de Assis Brasil, no interior do Acre, que faz fronteira com o Peru, nessa segunda-feira (22), na tentativa de atravessar para o país vizinho. A informação foi confirmada pelo prefeito Jerry Correia.
Os imigrantes chegaram em cinco táxis lotados e, como a fronteira com o Peru segue fechada, não conseguiram seguir viagem, assim como os demais que continuam na cidade. O Grupo Especial de Fronteiras (Gefron) disse que esses imigrantes saíram de São Paulo, pegaram um voo até Rio Branco, onde pegaram os táxis até Assis Brasil.
Já são quase dez dias que a tensão na fronteira tem aumentado, porque imigrantes, em sua maioria haitianos, tentam atravessar para o Peru, cujas fronteiras estão fechadas por causa da pandemia do novo coronavírus.
Segundo o prefeito, pelo menos cerca de 40 a 60 imigrantes continuam acampados na Ponte da Integração, que liga o Acre ao Peru. Outros 63 imigrantes estão no abrigo montado Escola Edilsa e 152 na Escola Irís Célia. Tem ainda aqueles grupos que ficam em hotéis da cidade ou pelas ruas, somando ainda mais de 300 imigrantes retidos na cidade.
“Está aquele vai e volta, conseguimos enviar alguns para Rio Branco, um grupo de 20 imigrantes e nessa segunda [22] um outro grupo de 12, a maioria de venezuelanos também foi para Rio Branco. Mas, fui informado que ontem chegaram cinco táxis em Assis Brasil. Então, está dessa forma, a gente consegue trazer 20 e chega lá mais 20”, disse o prefeito.
A secretária de Assistência Social, dos Direitos Humanos e Políticas para Mulheres do Acre (Seasdhm), Ana Paula, confirmou que 12 imigrantes que estavam em Assis Brasil estão em um abrigo montado no Centro Dia, que fica anexo à secretaria. Os outros 20 imigrantes que saíram da cidade do interior do Acre seguiram viagem para São Paulo.
Policiamento
Além dos policiais do batalhão de choque da Polícia Militar e do Gefro, mais de 12 militares da Força Nacional e mais de 20 policiais rodoviários federais fazem o policiamento na região de fronteira.
Uma portaria do Ministério da Justiça e Segurança Pública, publicada na quinta (18), autorizou o emprego da Força Nacional no Acre, no apoio às forças policiais no estado. A autorização é válida por 60 dias e pode ser prorrogada.
A determinação estabelece que as Forças Nacionais devem auxiliar “nas atividades de bloqueio excepcional e temporário de entrada no País de estrangeiros, em caráter episódico e planejado”.
O coordenador do Gefron, Rêmullo Diniz informou que a chegada de imigrantes tem sido praticamente diária e que eles tentam rotas alternativas pela Bolívia, mas também estão sendo impedidos de entrar no país vizinho.
“Esse movimento está sendo constante, eles estão chegando através de voos que saem de São Paulo e seguem até Assis Brasil. Outros estão tentando passar pela Bolívia, inclusive, eles alugaram um ônibus para poder chegar em La Paz, na Bolívia, e a polícia de lá mandou eles de volta para o Brasil. Eram mais de 40 pessoas que estavam tentando fazer essa rota alternativa, mas sem sucesso”, disse Diniz.
G1