‘Atitude irresponsável do governo’, diz presidente do Sintect sobre PL de privatização dos Correios

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“Atitude irresponsável do governo tanto com os empregados como usuários”. É assim que a presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos do Acre (Sintect-AC), Suzy Cristiny, classificou a entrega do Projeto de Lei (PL) sobre a privatização dos Correios na Câmara dos Deputados feita pelo presidente Jair Bolsonaro na última quarta-feira, 24. Para a sindicalista, o aumento acentuado na curva de novos casos de coronavírus no país e no estado, as enchentes de rios e igarapés que desabrigam milhares de famílias, devem receber maior atenção do que vender o patrimônio nacional brasileiro.

Ela considera que o momento não é propício para o debate sobre a venda da empresa à iniciativa privada. A presidente ressalta que o processo causará inúmeros danos à população, principalmente para as pessoas que moram em localidades distantes ou de difícil acesso. Ela cita como prejuízos os altos preços cobrados pelo serviço de entrega, a retirada de agências dos Correios ou correspondentes fiscais em cidades com menos densidade populacional, e maior precarização do trabalho desenvolvido.

“Discutir em plena pandemia a venda de empresas importantes para a integração do país é andar na contramão do que essa situação está mostrando, o papel do Estado é garantir os serviços à sociedade. A própria Secretaria de Desestatização criada pelo governo sequer tem um projeto pronto de como será realizada a venda dos Correios e como garantirá a cobertura em todo país, caso seja privatizado. Colocar em risco o emprego de 90 mil trabalhadores em plena crise sanitária e econômica é torcer por um país de indigentes”, critica Suzy.

Ela ressalta que também não foi elaborado um plano concreto para definir como será a transição após a venda da empresa e como o serviço será executado neste e no pós-período. A sindicalista também prevê a extinção da universalização dos Correios, que está presente em todas as cidades acreanas e municípios brasileiros, já que a iniciativa privada não manterá em funcionamento estruturas que não darão o lucro almejado pelas companhias que pretendem fazer a aquisição. No Acre somente duas cidades dão lucro.

Devido sua estrutura nacional, o Correios é autossustentável, não depende de dinheiro da União e consegue manter as unidades em localidades pequenas. Além disso, a privatização põe em risco muitos serviços essenciais como a entrega de insumos hospitalares, a distribuição de urnas eletrônicas nas eleições, o envio das provas do Enem e Enade para todos os municípios, envio de livros didáticos e outras operações logísticas essenciais que atualmente são feitas com muita segurança”, encerra Suzy.

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