Os deputados federais do Acre, Alan Rick (DEM) e Vanda Milani (Solidariedade), foram citados em uma reportagem do Estadão onde aparecem em uma lista de apoiadores do deputado Baleia Rossi (MDB-SP) que mudaram seus votos e passaram a apoiar o candidato do governo Bolsonaro na disputa, o deputado Arthur Lira (PP-AL), e foram contemplados com recursos extras do Ministério do Desenvolvimento Regional, segundo uma planilha informal de distribuição de recursos ao qual o Estadão teve acesso.
Os dois deputados acreanos receberiam o total de R$ 5,7 milhões de verbas extras. Segundo a planilha obtida pelo Estadão, Alan Rick receberia R$ 2 milhões e Vanda Milani R$ 3,7 milhões.
Os parlamentares, entre Alan Rick, dizem que a liberação de recursos extras neste momento de campanha não está relacionada ao voto no Congresso, mas a acordos anteriores que visam atender necessidades legítimas de seus estados.
“É recurso do ano passado e não tem nada a ver com a votação. Não negociei votação. Saí do Republicanos porque queriam fazer bloco com o PT no Acre. Não vou assinar bloco com PT. Não pedi um centavo. Não tem nada a ver com a eleição da Câmara, mas com luta nossa”, disse Alan Rick.
A deputado Vanda Milani não se pronunciou sobre o assunto ainda.
No total, 285 parlamentares puderam indicar o destino de R$ 3 bilhões para seus redutos eleitorais. Todas as autorizações e repasses da planilha foram feitas em dezembro, mês em que o governo intensificou as articulações para eleger seus candidatos.
O candidato do MDB deu declarações públicas acusando o governo de cooptar seus eleitores com a distribuição de verbas e cargos, além de demitir apadrinhados dos seus apoiadores acomodados na administração federal. Dos 234 deputados que dizem votar em Lira, conforme o placar Estadão neste domingo, 139 aparecem na planilha do governo indicando recursos extras para obras em seus Estados. No caso dos senadores, dos 41 que declaram votar em Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que tem o apoio do Planalto, 24 foram beneficiados.