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N. Lima, o novo capitão da Câmara de Rio Branco, revela que seguirá conservador como presidente

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Capitão aposentado da Polícia Militar, ex-deputado estadual e vereador pelo segundo mandato em Rio Branco, N. Lima (PP) é um homem de poucas palavras, não floreia discursos e é conhecido por declarações polêmicas que sustenta até o fim. Embora não pareça o mais diplomático dos seres humanos, N. lima liderou uma articulação de bastidores cheia de estratégias óbvias como conversa cara a cara com líderes partidários e foi eleito no dia 1º de janeiro com mais de 80% dos votos e se tornou o presidente da Câmara Municipal de Rio Branco.

Prometendo uma sede nova para a Câmara e relação de transparência com a sociedade, N. Lima não foge de suas raízes e promete seguir sendo ele mesmo, declarando-se conservador, de direita e antipetista.

Aliado de primeira hora do prefeito Tião Bocalom (PP) durante a campanha mesmo filiado ao partido do governador Gladson Cameli, o PP, N. Lima era um estranho fora do ninho no jogo pela presidência da Câmara, pois o próprio partido tinha estrelas como Samir Bestene.

“Eu fiz o simples, fui no meu partido e ninguém tinha se credenciado a participar da disputa e eu me propus. O partido aceitou e só depois que vieram outros candidatos como o Samir, mas eu já estava indo a cada líder partidário conversar em busca de apoio, pois entendo que o mandato é do partido. Fui honesto, mostrei o que tínhamos de propostas e pedi alianças”, diz.

A primeira aliança veio com o improvável PSB de Antônio Morais e findou com a união com o PDT de Luiz Tchê. O PSB do deputado Jenilson Leite indicou o próprio Antônio Morais para o segundo cargo mais importante da Câmara, a primeira-secretaria e o PDT de Tchê indicou a novata Michele Melo como vice-presidente. No entanto, não foi somente PSB, PDT e outros partidos que garantiram a aliança vitoriosa rumo à Mesa Diretora, foi a aliança com o PSL do vereador Ildegard Pascoal, em uma espécie de aliança de fardas, que sacramentou a vitória.

“Conversei com o vereador Ildegard, apresentei a proposta e ele disse que se aconselharia com o pai dele, o Ildebrando Pascoal, que conheço há muitos anos e quando ele voltou da conversa me disse que aceitava compor a chapa. Fiquei muito contente”, diz.

N. lima não é inexperiente em gestão, aliás ele é formado em administração por uma instituição militar e já compôs a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Acre por duas vezes.

“Eu estudo, me informo, aliás todas as vezes que viajei pela Câmara para fazer cursos sempre foi na área de administraçao. Farei meu melhor na gestão da Câmara e espero fazer um bom trabalho”, diz.

A respeito de sua personalidade considerada polêmica, N. lima diz que continuará autêntico.

“Eu digo sempre o que posso provar, sou um homem de palavra. Não sei se isso é ser polêmico, mas vou continuar sendo como sou. Conservador sim”, diz.

A respeito da gestão, N. lima diz que o seu sonho é construir a sede da Câmara que atualmente funciona em um prédio alugado no Segundo Distrito e diz que não pretende aumentar as despesas da casa.

“Ter uma sede própria é um sonho. Com relação aos cargos terceirizados eu não pretendo aumentar os gastos. Quero uma gestão enxuta. A sociedade vai ter acesso a todas as informações”, diz.

Recuperado de alguns problemas de saúde, N. lima é um remanescente da velha guarda da política que consolida uma base política em antigas amizades.

“Fui eleito mesmo ficando 25 dias fora do estado porque fui fazer uma cirurgia e isso mostra que tenho amigos que confiam no meu trabalho com ou sem campanha de rua. Foi assim que me reelegi vereador e reelegi meu filho Whendy Lima como deputado”, diz, olhando para o filho sentado em uma cadeira ao lado.

De boné de couro, blusa colorida e máscara preta em prevenção ao coronavírus, N. Lima já parece se sentir à vontade na cadeira de presidente da Câmara. “Estou aqui para fazer meu melhor”, diz.

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