O médico Humberto Nilo Júnior, de 42 anos, condenado por passar as mãos nos seios de uma jovem durante uma carona em fevereiro de 2020 e tentar estuprá-la em Rio Branco, está foragido desde outubro do ano passado, quando a Justiça concedeu liberdade, mas, com uso de tornozeleira eletrônica.
Atualmente, a defesa dele havia feito um pedido de prisão especial para o médico, mas a Justiça negou.
O acusado foi condenado a mais de seis anos de prisão em regime inicial semiaberto por constranger e quebrar dois telefones da jovem de 18 anos na época, além de tentar estuprá-la. Logo após a sentença, ele teve o pedido de prisão decretado e não pôde recorrer em liberdade. A decisão é da 3ª Vara Criminal da Comarca de Rio Branco.
Em outubro do ano passado, o acusado foi beneficiado com o monitoramento eletrônico e autorizado a deixar a prisão para ficar em casa. Contudo, o sinal da tornozeleira dele sumiu após a soltura e a Justiça não encontrou mais o acusado nos endereços disponíveis.
Pedido
Novamente, a Justiça decretou a prisão do médico e a defesa entrou com um pedido para que o réu passe a cumprir a pena no Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) por ter nível superior. O Juízo da 3ª Vara Criminal de Rio Branco analisou e indeferiu o pedido por entender que o réu pode cumprir a pena em uma cela diversa comum, não necessariamente em um prédio especial.
“Atualmente, o acusado não se encontra recolhido, nem em cela especial e nem comum, pelo contrário, está foragido. Ele estava sendo monitorado pela tornozeleira eletrônica e desde que a sentença foi decretada encontra-se evadido. O sinal do equipamento foi perdido e ele não foi mais encontrado em seu endereço, nem contatado nos telefones cadastrados”, destacou o juiz Raimundo Maia.
O G1 tentou contato com os dois advogados do médico citados no processo, mas não obteve retorno até a última atualização desta matéria. A reportagem também não conseguiu contato com o médico.
Processo
Segundo o processo, o acusado agrediu uma jovem durante uma carona após uma festa em Rio Branco. Na época, a vítima tinha 18 anos e estava saindo do local quando o médico se ofereceu para deixá-la em casa.
No caminho, o réu parou em uma distribuidora do bairro Floresta e começou a consumir bebidas alcoólicas. A vítima teria saído do carro e falado que iria para casa a pé. A partir de então, segundo o processo, o acusado começou a passar as mãos no corpo da jovem, xingá-la e bater nela.
Assustada com a situação, a jovem mandou o acusado parar e tentou correr do local, mas foi perseguida pelo médico. Ele pegou o celular dela e jogou no chão. A vítima pegou outro celular na bolsa, que seria de uma prima e tentou gravar o crime, mas o médico também quebrou esse telefone.
A partir daí, o acusado deixou a vítima no local e fugiu. A situação foi flagrada por câmeras de segurança do estabelecimento e também por pessoas que estavam em uma parada de ônibus do outro lado da rua. A jovem registrou um boletim de ocorrência por estupro na forma tentada na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), que investigou o caso e pediu a prisão preventiva do acusado.
No dia 9 de outubro, a 3ª Vara Criminal da Comarca de Rio Branco condenou o acusado a mais de seis anos de prisão pelo crime. Ainda segundo a Justiça, o médico já tem outras três condenações por estupro.
O Conselho Regional de Medicina do Acre (CRM-AC) informou que o médico teve o cadastro cassado.
G1 AC