Gladson é aconselhado a decretar lockdown no Acre; polícia já patrulha fronteiras

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp

O governador Gladson Cameli pode, a qualquer momento, decretar lockdown em todo o estado e tomar a iniciativa de fechar a fronteira com os países vizinhos usando as tropas estaduais envolvidas no Gefron grupamento de vigilância da área fronteiriça. O fechamento total é defendido por médicos infectologistas e profissionais de saúde que estão na linha de frente do combate a covid-19, além de setores do Comitê estadual da COVID. O objetivo seria conter a propagação do coronavírus que alcança índices crescentes. Ontem, pelo terceiro dia consecutivo o número de novos casos da doença ultrapassou 300 e o sistema de saúde está sendo pressionado. No mês de janeiro até o dia 27, são quase 70 mortes e 5 500 novos casos de covid-19, enquanto no mês de dezembro foram apenas 70 óbitos e 4.862 novos casos.

Os dois hospitais de campanha estão com quase todos os leitos de UTI ocupados por pacientes que precisaram de intubação em decorrência das complicações clínicas por causa da virose. Para que o sistema de saúde pública não entre em colapso, o INTO-AC) reativou em ação de emergência mais 10 novos leitos UTI que haviam sido fechados com o recuo da pandemia no terceiro trimestre do ano passado. “Esta segunda onda da covid-19 será muito pior que a primeira onda no primeiro semestre do ano passado”, avalia o gerente do Centro de Infectologia Charles Mérieux, Andreas Stocker.

O médico especialista em biologia molecular defendeu a necessidade do fechamento dos estabelecimentos comerciais em todos os municípios, incluindo o tráfego de veículos na divisa dos estados do Amazonas e Rondônia. Destacou que o isolamento social por dois meses poderá conter essa nova variante P1 que responsável por 85,4% dos casos de covid-19 nas unidades hospitalares de Manaus, capital do Amazonas, onde se originou e que tem levado o caos para o sistema de saúde de lá. “Se as autoridades públicas não fizerem nada para manter o isolamento social devemos registrar seis vezes mais casos do que o registrado no ano passado”, revelou.

A coordenação do Comitê de Acre sem Covid deve recomendar ao governo do estado decreto determinando o fechamento dos estabelecimentos comerciais que não sejam considerados essenciais. Assim fecharão as lojas de departamentos de eletrodomésticos, eletrônicos e de informática; os shopping centers; as lojas de confecções e de calçados; as academias, cinemas, casas de shows; clubes recreativos e sociais; bares, boates e casas noturnas, lojas de conveniências; clínicas de estética; eletrônicos e eletrodomésticos; salões de beleza, barbearias e congêneres, empresas de manutenção e limpeza de eletrônicos e eletrodomésticos, entre outros.

Hoje, com o toque de recolher, os restaurantes, lanchonetes, casas noturnas, boates e bares podem funcionar com 30% da sua capacidade de ocupação até às 22 horas. A partir desse horário, as únicas atividades permitidas são o delivery e a retirada do produto no estabelecimento comercial.

“Vou fechar tudo”

O vice-governador Major Rocha enviou um ofício a órgãos do governo federal para pedir apoio do envio de um contingente da Força Nacional no fechamento da fronteira com os países andinos (Bolívia e Peru), desejando o fechamento da fronteira. Ressalta que no Vale do Alto Acre, principalmente nos municípios de Assis Brasil, Brasileia, Epitaciolândia e Xapuri, registraram um aumento de cerca de 50% dos óbitos por covid-19 e uma multiplicação das internações de pacientes com suspeita da síndrome gripal. Por enquanto, apenas os soldados que fazem parte do Grupo Especial de Fronteira (Gefron) têm feito o patrulhamento nos municípios acreanos que fazem parte da fronteira seca com os países andinos.

O governador do Acre, Gladson Cameli, afirmou que “nós estamos no limite, e eu vou fechar tudo. Se o governo federal até agora não me deu uma resposta oficialmente, eu acionei as nossas forças para tomar providências, porque eu não vou colocar vidas em risco”, disse ele, citando o Grupo Especial de Fronteira (Gefron). O órgão foi criado no começo da gestão de Cameli e atua em conjunto com o Exército no combate de crimes de fronteira.

A Tribuna

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp