Francisco das Chagas Miranda morreu com Covid-19 no Into-AC na terça (5) e família fez o enterro nesta quarta (6). Horas após o enterro, a família foi informada pela Funerária Morada da Paz de que corpo de motorista pode ter sido trocado.
A família do motorista de aplicativo Francisco das Chagas Miranda, de 40 anos, que morreu de Covid-19 na noite de terça-feira (5), procurou uma delegacia de Rio Branco nesta quarta (6) para relatar um possível caso de troca de cadáveres. É que os familiares receberam uma ligação da coordenação da Funerária Morada da Paz alertando que o corpo enterrado no período da manhã não era de Miranda.
O motorista estava internado no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia do Acre (Into-AC) desde o dia 26 de dezembro de 2020. Na noite de terça, ele não resistiu à doença e morreu.
A família foi informada e, na manhã desta quarta, esteve no Into-AC para fazer o reconhecimento de Miranda e se preparar para o cortejo até o cemitério.
A também motorista de aplicativo e amiga de Miranda, Diva Gadelha, disse que o amigo tinha complicações no pulmão e já foi internado no Into-AC com pneumonia. Miranda foi enterrado na parte da manhã e, por volta das 15 horas, a família recebeu uma inesperada ligação da funerária.
“O cortejo foi marcado para iniciar às 10 horas, fizemos o cortejo do Into para o [Cemitério] Morada da Paz. O corpo já estava dentro do caixão, tudo certo. A funerária disse que tínhamos enterrado a pessoa errada e o nosso Francisco ainda estaria no Into, que seria enterrado às 16h30”, afirmou.
Confusão no hospital
Ao retornarem no Into-AC, Diva revelou que a família pediu para que o caixão de uma segunda vítima fosse aberto para confirmar se o corpo era de Miranda. Foi aí que os parentes viram que também não era o motorista.
“A mulher não queria entrar para a gente reconhecer. Ele estava com a etiqueta Francisco das Chagas Miranda, que é o nosso, mas não era ele. Tivemos a informação agora de que a esposa de outro Francisco, porque saíram daqui três Franciscos, estava aqui para reconhecer o corpo. Ou seja, enterraram o nosso Francisco não sei onde. Não sabemos de nada”, lamentou.
Ainda segundo Diva, o amigo pode ter sido realmente enterrado no lugar de outro pessoa ou houve apenas a troca das etiquetas de identificação dos cadáveres. Se for a segunda opção, a família de Miranda recebeu o corpo dele e o enterrou.
“Não sabemos se realmente é ele, se houve apenas a troca do nome, mas como é que a funerária iria pegar um Francisco que não fosse o nosso, se tinha o prontuário? Tem um corpo aqui no Into, que a gente iria enterrar, mas não é ele. Não sabemos se enterramos o certo ou se a família desse homem que está aqui enterrou o nosso Francisco”, criticou.
Diante da confusão, a família de Miranda acionou a polícia. A equipe da PM afirmou que a exumação de cadáveres só pode ser feita com ordem judicial. Com isso, os familiares foram registrar um boletim de ocorrência na Delegacia do Conjunto Tucumã.
G1 AC