Mesmo com sessões suspensas por causa da pandemia, vereadores de Rio Branco gastaram R$ 300 mil com gasolina e diesel de janeiro a junho
Os vereadores de Rio Branco têm regalias que fogem do bom senso, principalmente em período de pandemia. Para seu trabalho legislativo, tem à disposição uma camionete, um veículo de passeio e recentemente uma motocicleta e para manter esses veículos ainda conta com R$ 4 mil para abastecimento de combustível.
Documentos que chegaram a central de jornalismo da TV Gazeta mostram que de janeiro a junho de 2020 os vereadores de Rio Branco gastaram com abastecimento R$ 300 mil.
Em janeiro, quando ainda estavam de férias, os parlamentares pegaram quase 9 mil litros de gasolina e 4 mil litros de diesel s10, com um custo de quase R$ 62 mil.
Em fevereiro foram gastos R$ 63 mil, já em março, quando começou o período de pandemia, ainda assim os vereadores pegaram 13 mil litros de combustível. Nos meses de abril, maio e junho foram suspensas as sessões, a cidade parou, mas os gastos com combustível continuaram.
Em abril foram gastos R$ 56 mil, maio R$ 52 mil e junho R$ 54 mil. Houve uma pequena queda no consumo, com relação ao início do ano, entretanto essa diminuição representa a paralisação dos carros oficiais, em suma, os gastos da maioria dos vereadores continuam elevados.
Com um simples cálculo é possível identificar que os gastos com 56 mil litros de gasolina e diesel s10, durante um período de seis meses, é o suficiente para realizar uma viagem de Rio Branco a Cruzeiro do Sul todos os dias durante 3 anos e 5 meses.
Segundo registros dos gastos individuais dos vereadores, é possível observar alguns casos de vários pequenos abastecimentos, principalmente de gasolina, apontando indícios de distribuição do combustível para terceiros.
Outro detalhe é que cada parlamentar tem direito a R$ 4 mil por mês. Quando se somam os abastecimentos, a maioria dos parlamentares está no limite do consumo, geralmente as notas fecham entre R$ 3.950 e R$ 3.980.
Como apontam os dados, alguns são campeões em gastos, como o presidente da casa, Antônio Morais, além de Célio Gadelha e N. Lima, todos reeleitos. Tem ainda Rodrigo Forneck, Eduardo Farias, Juruna e Clézio Moreira, que não conseguiram se reeleger.
O Ministério Público Estadual está fazendo uma grande investigação nas contas da Câmara. O trabalho dos promotores pode mostrar se existe desvio de combustível ou se os parlamentares consomem realmente essa quantidade.
Fonte: agazeta.net