Suspeito de matar indígena afogada tem habeas corpus concedido pela justiça acreana

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Após mais de 30 dias preso, homem de 34 anos, suspeito de matar a indígena Vita Kulina, de 21 anos, conseguiu a revogação de prisão temporária, por meio de um habeas corpus feito pela defesa da vítima. A informação foi divulgada pelo Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC), nesta quinta-feira (3).

O suspeito estava preso em Rio Branco desde o dia 29 de outubro, após pedido do Ministério Público do Estado (MP-AC). Ele é suspeito de matar a Vita que foi encontrada às margens do rio de Santa Rosa do Purus, no interior do Acre, no dia 27 de outubro.

Ele foi achado com marcas de espancamento a 50 metros do corpo da indígena e foi transferido para o pronto-socorro de Rio Branco. Em seguida, foi levado para o Complexo Penitenciário da capital, no qual cumpria prisão temporária.

O TJ informou que o HC foi concedido pela Câmara Criminal. Ainda segundo a justiça, a defesa alega que não existem nos autos, elementos que revelem a causa de morte da vítima. E também não ter exame pericial e de a declaração de óbito ter sido apontada a inexistência de marcas visíveis de violência. Além disso, o homem possui sequelas de agressões sofridas e precisa passar por cirurgia.

As investigações apontam que a causa da morte da jovem foi afogamento. A Polícia Civil chegou a informar que Kulina passou por um exame que deve confirmar se também foi vítima de estupro.

O delegado Rodrigo Noll, responsável pelas investigações, disse que ainda está em diligência e que ouvir o suspeito deve ser a última etapa das averiguações. Ele acrescentou que só quando concluir as investigações é que pode passar mais informações sobre o caso.

“Continua em andamento. Estamos em diligência lá em Santa Rosa, fazendo levantamento a procura de testemunhas. Mas sem nenhuma novidade. A oitiva dele vai ser a última etapa. Antes, a gente precisa ouvir outras pessoas”, disse o delegado.

O homem teria sido espancado por outros indígenas após verem a situação da jovem às margens do rio. A polícia informou que não sabia se os indígenas viram o momento em que a jovem foi agredida ou se já a encontraram sem vida. O suspeito já teria histórico de violência contra mulher.

O Distrito Sanitário Especial Indígena do Alto Rio Purus informou que está acompanhado o caso juntamente com a Fundação Nacional do Índio (Funai).

Vítima de estupro coletivo

A indígena Vita Kulina já tinha sido vítima de estupro coletivo no ano de 2015 na cidade de Santa Rosa do Purus, segundo informou o delegado Marcus Frank.

Na época, quatro homens foram presos e dois adolescentes, de 14 e 16 anos, foram apreendidos suspeitos de estuprar a jovem após uma bebedeira. Ela tinha apenas 16 anos.

À polícia, todos confessaram o crime. Em seguida, os quatro maiores de idade foram levados para a penitenciária de Rio Branco e os adolescentes para o centro socioeducativo do município de Sena Madureira.

G1

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