Sem receber, motoristas de ônibus voltam a parar e terminal amanhece fechado em Rio Branco

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Categoria alega que está sem receber há três meses e não recebeu também o décimo terceiro. Sindcol diz que não tem receita para fazer o pagamento dos valores em atraso e tenta negociar para categoria retomar serviço. Esse é o segundo protesto em quatro dias.

Ainda sem previsão de receber, os motoristas de ônibus voltaram a parar as atividades e o Terminal Urbano amanheceu fechado nesta segunda-feira (14) em Rio Branco. Segundo a categoria, eles estão com salários atrasados há três meses e também não receberam o pagamento do décimo terceiro. Esse é o segundo protesto em quatro dias.

O presidente do Sindicato dos Transportes do Acre (Sinttpac), Francisco Leite Marino, afirmou que estão parados todos os funcionários das empresas Via Verde, São Judas e a Floresta, incluindo tanto os motoristas como mecânicos e lavadores.

“Eles quiseram cruzar os braços por conta da falta de pagamento e não teve jeito, parou todo mundo. E só devem voltar quando tiverem ao menos uma esperança de que vão receber, porque da maneira que está não tem condições. O pessoal não tem nem nada na geladeira. Salário atrasado, férias já estão completando duas sem receber, e o pessoal está revoltado. Fizemos o protesto na quinta e não tivemos nenhuma posição, então ficamos com as mãos amarradas e o único meio que temos é esse para ver se alguém se mexe e toma uma providência”, disse Marino.

Os funcionários das empresas estão todos concentrados nas garagens das empresas aguardando um posicionamento sobre os pagamentos.

Ao G1 presidente do Sindicato das Empresas de Transportes Coletivos do Acre (Sindcol), Aluízio Abade, que também administra as empresas São Judas e Via Verde, informou que teve uma conversa com a categoria para que a negociação seja feita com as frotas de ônibus circulando para que não haja ainda mais prejuízo. No entanto, disse que não houve uma positiva por parte dos trabalhadores que querem uma previsão exata de pagamento.

Segundo ele, as empresas não têm receita para fazer o pagamento dos valores que estão em atraso aos trabalhadores e que buscam uma forma de amenizar a situação, por meio de parcelamento, o que não é aceito pela categoria.

“Tem meses atrasados e eles estão recusando realmente em voltar a trabalhar sem ter essa previsão e eu não tenho como negociar sem a receita. E, parado a gente perde mais ainda. Estamos vendo uma proposta de parcelamento, mas eles não estão querendo voltar atrás de jeito nenhum. A queda de passageiros foi muito grande na pandemia e a quilometragem rodada foi a mesma, então o custo do transporte ficou e a receita baixou”, afirmou Abade.

Durante a pandemia, segundo o sindicalista, a circulação diária de passageiros no sistema de transporte coletivo caiu de cerca de 60 mil para 20 mil. “Nós tínhamos uma receita no sistema de R$ 5,5 milhões por mês e caiu para R$ 1,5 milhão.”

Aporte financeiro de R$ 2,5 milhões

Abade ainda falou sobre a proposta da prefeitura, por meio da Superintendência de Transportes e Trânsito de Rio Branco (RBTrans), que quer destinar para as empresas de ônibus quase R$ 2,5 milhões que servirá como aporte para cobrir os prejuízos que foram causados pela pandemia da Covid-19.

Segundo a RBTrans, o objetivo é garantir a continuidade e a expansão do serviço público de transporte coletivo. A ideia é que o valor seja remanejado da cota do subsídio dos estudantes de R$ 1, que custa R$ 6 milhões ao ano, já que este ano não houve aulas devido à pandemia.

“É um direito nosso, do sistema e isso vai direto para o trabalhador. Mas, a Câmara de Vereadores está entendendo de outra forma”, concluiu o sindicalista.

G1

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