Homem acusado de matar casal em Rio Branco tem pedido de liberdade negado

Alegando que participação de Alisson Souza de Olinda não ficou comprovada nas audiências de instrução com os depoimentos das testemunhas, defesa pediu revogação da prisão. Ele e outros quatro são acusados de participação na morte de Tereza da Silva Santos e Cosmo Ribeiro Moura, no dia 16 janeiro deste ano.

A juíza Luana Campos, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, negou um pedido de revogação da prisão preventiva feito pela defesa de Alisson Souza de Olinda. Ele é um dos seis réus no processo sobre o assassinato do casal de namorados Tereza da Silva Santos, de 64 anos, e Cosmo Ribeiro Moura, de 43, no dia 16 janeiro deste ano.

Casal foi morto no dia 16 de janeiro no bairro Belo Jardim, em Rio Branco — Foto: Arquivo pessoal

Alegando que participação de Olinda não ficou comprovada nas audiências de instrução com os depoimentos das testemunhas, a defesa pediu revogação da prisão. O processo está em segredo de Justiça, mas a informação foi confirmada ao G1 pelo advogado de Olinda, Walter Luiz.

Até agora foram realizadas duas audiências de instrução no processo, sendo uma no dia 7 de agosto e outra no dia 30 de novembro. A decisão da juíza que negou a soltura do réu foi publicada nessa terça-feira (22).

Entre os acusados estão Marciano de Melo Marinho, Antonio Eliel de Sousa Gomes, Jefersson Almeida da Silva, Alisson Souza de Olinda e Francisco Almeida da Silva.

O advogado afirmou que seu cliente nega participação no crime e que está otimista com a linha de defesa. Segundo ele, não há ainda previsão de quando deve sair a decisão de pronúncia, que vai absolver os réus ou determinar que eles passem por júri popular.

“O pedido foi feito com base nas provas testemunhais que tivemos durante a instrução, uma vez que, no ponto de vista da defesa, não ficou clara a participação dele. O Alisson, diferente dos outros, está sendo acusado só de ter dado a ideia, de ter incentivado os outros a praticarem o crime. Ele nega totalmente a participação, e eu estou bem otimista com a tese de defesa, porque as provas em relação ao Alisson não são substanciais. A magistrada indeferiu o pedido no sentindo de que essas provas devem ser analisadas posteriormente, na decisão de pronúncia”, afirmou o advogado.

Ainda para fazer o pedido, a defesa do réu alegou que ele é primário e que, antes de ser preso, tinha um emprego.

Essa é a segunda vez que a defesa de Olinda tenta a soltura dele. Na primeira vez, chegou a entrar com recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ) pedindo nulidade da decisão que aceitou a denúncia contra ele, por entender que não havia provas suficientes contra o acusado. No entanto, o recurso foi negado e o STJ manteve a decisão de torná-los réus.

Vítimas tiveram casa invadida
A casa das vítimas, no bairro Belo Jardim, região do Segundo Distrito de Rio Branco, foi invadida e os dois foram assassinados a tiros e golpes de facão. O duplo homicídio foi descoberto quando o vizinho viu o carro do casal em cima da calçada, foi olhar, encontrou as vítimas e acionou a polícia.

Tereza era sogra da ex-secretária da Fazenda do Acre Semírames Plácido Dias. Na época do crime, o governo do Acre chegou a publicar uma nota lamentando a morte do casal e afirmou que os órgãos de segurança estariam empenhados para prender os suspeitos.

Motivação do crime
Após quase três meses de investigações, a Polícia Civil concluiu o inquérito da morte do casal.

Em entrevista exclusiva ao G1, em abril deste ano, o delegado responsável pelo caso, Martin Hessel, afirmou que a motivação do crime foi porque a vítima Cosmo Ribeiro Moura confrontava a facção que atuava no bairro por não aceitar as determinações da organização criminosa.

Inicialmente, a polícia suspeitou que o crime tinha ocorrido durante uma tentativa de assalto e que teria sido um latrocínio. Mas, essa hipótese foi descartada e ficou confirmado que o casal foi vítima de uma execução.

Suspeitos
Ao todo, seis suspeitos foram indiciados pelo crime de duplo homicídio com as qualificadoras: motivo fútil, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa das vítimas e pelo crime de integração a organização criminosa.

Na época do crime seis foram indiciados. Segundo a polícia, um seria o mentor do crime, o outro teria autorizado e os outros quatro executaram. O sexto indiciado segue foragido.

Um sétimo suspeito também estava na lista dos que seriam indiciados pelo crime, mas, ele foi morto durante uma tentativa de assalto a uma chácara no último dia 25 de março

G1 AC