Bebê quase morre engasgado após afastamento de otorrinolaringologista no Juruá

Após o afastamento do único otorrinolaringologista do Juruá devido a operação da Polícia Federal (PF), uma criança de 1 ano teve que ser transferida via Tratamento Fora do Domicílio (TFD) de Cruzeiro do Sul para Rio Branco, no domingo (13).

O bebê, que acabou se engasgando com um osso de frango, evoluiu para uma parada respiratória, sendo intubado com urgência para evitar a morte.

Segundo os médicos, seria um caso tratado de forma simples pelo especialista, com um equipamento e o conhecimento do próprio otorrino, mas, com o impedimento, a população pode acabar desassistida, podendo resultar até em colapso da saúde. Especialistas da área de nefrologia, gastro e clínica já encerraram contrato com a Associação Nossa Senhora da Saúde (Anssau), com isso os pacientes dessas áreas devem ser enviados para Rio Branco ou correrão o risco de falecer.

“A criança é o primeiro caso de risco de morte em virtude da operação que está sendo conduzida pela PF contra os médicos. Ela foi salva graças aqueles que conseguiram realizar a intubação e que buscaram todos os meios para agilizar o TFD, mas não se sabe quantos casos poderão ter o mesmo tratamento”, afirmou o diretor do Sindicato dos Médico do Acre (Sindmed-AC), Rodrigo Santiago.

Nesta semana, mais profissionais devem entregar todos os cargos e pedir desligamento do Hospital Geral do Juruá por temerem prisões e por estarem sendo impedidos de praticar a medicina.

A Operação da PF investiga se os médicos estariam recebendo por plantões sem trabalhar, ignorando que a falta de servidores acabaria resultando em jornadas de plantões superiores ao previsto na carga horária do contrato, além de enquadrar especialistas que atuam por meio de sobreaviso, tipo de atendimento em que o profissional não é obrigado a ficar 12 horas dentro do hospital, mas que realiza o serviço quando é convocado para ajudar em caso de urgência.

Como o inquérito afirma que a classe está atuando com excesso de carga horária, os profissionais preferem evitar qualquer punição até que a Justiça permita a continuidade do atendimento.