Aleac aprova moção de aplausos a estudantes que produziram 125 mil kits de EPIs para profissionais da saúde

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Mais de 100 alunos dos cursos de medicina e enfermagem da Ufac, além de homens do Exército Brasileiro e outros voluntários produziram máscaras, aventais e protetores faciais durante cinco meses. EPIs foram doados aos profissionais que atuaram na linha de frente da pandemia da Covid-19 em todo estado.

Os deputados do Acre aprovaram uma moção de aplausos aos mais de 100 alunos dos cursos de medicina e enfermagem da Universidade Federal do Acre (Ufac) pela produção de 125 mil kits de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Os materiais foram doados aos profissionais de saúde do estado que atuam na linha de frente da pandemia da Covid-19

O projeto de lei é de autoria do deputado Jenilson Leite (PSB), que é médico, e foi aprovado durante a última sessão da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), no dia 22.

“Essa moção de aplausos dedicada aos alunos de medicina e enfermagem da Ufac foi uma maneira de dizermos a eles muito obrigado pelo importante papel que cumpriram durante a pandemia na produção de EPIs. Esses equipamentos foram a armadura que nossos servidores da saúde utilizaram para salvar muitas vidas dentro dos hospitais, inclusive a deles mesmos. Então, é uma ação relevante, que não pode passar despercebido e que precisa sempre se reconhecida”, disse o deputado.

A produção começou logo após o Acre confirmar os três primeiros casos de Covid-19, em março. Um mês após o início da produção, o grupo já tinha feito mais de 11 mil kits. Em dois meses, o número saltou para 40 mil kits.

O que começou com número pequeno de voluntários, no final já contava com 100 pessoas. Os blocos do curso de medicina da Ufac se transformaram em uma verdadeira fábrica.

Foram recebidos mais de R$ 800 mil em doações para a produção dos EPIs — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre

Foram recebidos mais de R$ 800 mil em doações para a produção dos EPIs — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre

Mais de R$ 800 mil em doações
O trabalho foi todo desenvolvido de forma voluntária, mas a iniciativa precisou de doações de empresários, órgãos públicos e sociedade civil. Com doações recebidas, o grupo comprou óculos para compor o kit de EPIs entregue.

Ao todo, segundo o coordenador do Projeto EPIs Covid-19, Fernando Assis, foram recebidos mais de R$ 800 mil para a produção dos materiais.

Os recursos foram doados pela Vara de Execuções Penais e Medidas Alternativas da Comarca de Rio Branco (Vepma), pelo Ministério Público do Trabalho e outras instituições, além da sociedade civil. Os trabalhos do grupo foram encerrados em agosto.

“O projeto começou quando a gente viu que o governo estava meio parado, tanto o federal, como estadual e municipal, e a gente estava muito preocupado em proteger os profissionais de saúde. Precisávamos proteger esses profissionais para que eles não ficassem doentes logo no começo, e assim, não ter quem atendesse a população. Então, alguns alunos do meu grupo de pesquisa bolaram um escudo de proteção facial, me mandaram, levei para o pessoal do controle de infecção hospitalar da Secretaria de Saúde e eles disseram que funcionaria”, lembrou o professor.

Inicialmente, a secretaria pediu cinco mil, mas os estudantes viram que era muito pouco e resolveram aumentar a produção para atender a todo o estado. Os kits foram enviados para todas as unidades públicas de saúde do Acre, tanto estaduais como municipais, e também para alguns hospitais particulares e municípios dos estados do Amazonas e Rondônia.

Todo o trabalho era feito manualmente, desde o desenho, corte, organização e distribuição dos kits. Além disso, a produção dos aventais também foi terceirizada de costureiras locais, o que gerou emprego para o seguimento que também foi prejudicado com a pandemia.

“Agradeço pela moção e gostaria que isso motivasse e inspirasse outras pessoas a fazerem o bem também, sem esperar nada em troca, só pela questão humanitária mesmo, de ajudar ao próximo. Graças a Deus a gente conseguiu fazer e ajudar muitas pessoas, isso foi o gratificante e o que nos deixou mais felizes”, disse a estudante de medicina Talita Trancoso, que participou do projeto.

G1 AC

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