32 anos sem Chico Mendes

Por Leo de Brito

Hoje, há 32 anos, o Líder Seringueiro Chico Mendes era alvo daqueles que acreditavam ser os donos da floresta.

Neste dia, que deve sempre ser lembrado, me solidarizo com sua viúva Ilzamar, seus filhos Sandino, Elenira e Angela e com todos os seus companheiros e companheiras, que com ele caminharam nos empates.

Chico Mendes era um visionário. Ele percebia a importância da floresta para a manutenção da vida, para a geração de riqueza e de oportunidade para todos.

As balas que atingiram Chico Mendes, o mataram naquele 22 de dezembro, mas não mataram seus ideais. Pelo contrário, seus ideais ganharam o mundo e são fonte de várias lutas sociais.

Foi inspirado nesses ideais, que os governos do Partido dos Trabalhadores no Acre mostraram ser possível promover um desenvolvimento viável economicamente, justo socialmente e ambientalmente sustentável.

Mas mesmo com todos os avanços, vemos hoje um desmonte de várias das políticas socioambientais, tanto em âmbito estadual como federal.

Imaginem como se sentiria Chico Mendes ao ver a escalada do desmatamento na Amazônia e no Pantanal.
Imaginem como se sentiria Chico Mendes ao ver as ameaças às terras indígenas, com a invasão de madeireiros e garimpeiros, sob as vistas grossas de um governo anti-ambiental.

Imaginem como se sentiria Chico Mendes, ao ver que parlamentares do Acre querem destruir a Reserva Extrativista Chico Mendes, um de seus maiores legados.

Imaginem como se sentiria Chico Mendes, ele que rodou o mundo em defesa da Amazônia, ao ver a vergonha que tem passado o Brasil sob o comando de Bolsonaro e Salles, depois de ser considerado um líder nas questões ambientais e hoje é tratado como um verdadeiro pária não só nessas área, mas em todas as áreas.

A Amazônia é um dos nossos maiores ativos, num mundo que hoje começa a sofrer as consequências das mudanças climáticas.
Ontem aprovamos na Câmara dos Deputados a regulamentação do pagamento por serviços ambientais. Um grande avanço para a proteção de nossas riquezas naturais. Que sigamos trabalhando para fazer cumprir os ideais de Chico Mendes, promover justiça social sem destruição da natureza.

Como disse Chico Mendes: “No começo pensei que estivesse lutando para salvar seringueiras, depois pensei que estava lutando para salvar a Floresta Amazônica. Agora, percebo que estou lutando pela humanidade”.

Chico Mendes, vive!

*Leo de Brito é deputado federal (PT-AC)