Chamada de pedófila e acusada de fazer apologia às drogas, Xuxa Meneghel acionou seus advogados e processou Sikêra Jr. A rainha dos baixinhos pede na Justiça a cassação do título de jornalista do apresentador do Alerta Nacional, bem como sua demissão da RedeTV!, e uma indenização de R$ 500 mil –que ela pretende doar a instituições de caridade.
A ação foi protocolada na Vara Cível do Foro Regional de Santo Amaro, em São Paulo, em 27 de outubro, e a apresentadora da Record pediu tutela de urgência ao caso, pois alega que o rival oferece riscos à sociedade.
Os advogados de Xuxa fizeram um longo relato para sustentar a tese de que Sikêra Jr. comete crimes diariamente ao vivo em seu programa na RedeTV!. Foram citados episódios em que o apresentador faz comentários homofóbicos, transfóbicos e preconceituosos a cidadãos comuns, incita a zoofilia, faz acusações sem provas e comemora as mortes de pessoas.
Mas o processo foi aberto porque Xuxa foi desqualificada por Sikêra Jr. em algumas ocasiões. A apresentadora se revoltou ao tomar conhecimento de um vídeo que o apresentador exibiu em seu programa, no qual aparecia um homem estuprando uma égua. Em vez de alertar para o crime de zoofilia, ele fez graça com a situação e ainda convocou dois membros de seu programa para simularem a cena ao vivo e para todo o Brasil.
Xuxa se manifestou nas redes sociais, e Sikêra iniciou os ataques. A chamou de pedófila, usando como argumento o fato de a loira ter atuado no filme Amor Estranho Amor (1982), e a acusou de fazer apologia às drogas, por uma vez ela ter dito em entrevista que sua mãe, dona Alda Meneghel (1937-2018), fazia uso de maconha medicinal para amenizar sintomas de sua doença degenerativa.
Sikêra também afirmou que Xuxa incentiva as crianças a “safadeza, putaria e suruba” por ter lançado recentemente o livro Maya, o Bebê Arco-Íris, que conta a história de uma garotinha que tem duas mães. “Cuidado com teu filho, cuidado com tua filha. A mesma que fez um filme nua com uma criança de 12 anos. Ex-rainha, eu quero dizer para você que pedofilia é crime e não prescreve”, disse o apresentador em 23 de outubro.
Diante das acusações, a apresentadora levou o caso à Justiça e alega que “o conteúdo exibido e prolatado pelo requerido é calunioso e está causando danos à imagem da autora [Xuxa], com repercussão negativa nas redes sociais, inclusive prejudicando seus negócios, que são relacionados à sua imagem, atingindo sua honra e dignidade”, diz parte da ação.
Xuxa afirma que os comentários do funcionário da RedeTV! “não se tratam de liberdade de expressão, mas de abuso de direito”. “O fato de ele ser um jornalista popular dá repercussão à ofensa e gera na sociedade um clima de permissividade com relação a ataques misóginos, no sentido de favorecer a normalização disso”, completa.
Xuxa faz uma série de pedidos à Justiça, com o objetivo claro de tirar Sikêra Jr. do ar na RedeTV! “por causar ofensas não só a autora como diversas pessoas”.
No primeiro tópico de sua lista, ela quer que Sikêra Jr. ou seja demitido do Alerta Nacional ou que o programa seja extinto pela RedeTV!, sob a pena de multa diária de R$ 20 mil para cada episódio que venha a ser veiculado. No segundo ponto, solicita a suspensão imediata do título de jornalista do apresentador bem como a aplicação de uma penalidade de acordo com o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros.
Além disso, pede a indenização de R$ 500 mil, que será destinada a duas instituições que ela aponta no processo. São elas: Associação Lar Acolhedor Tia Socorro, de Belém (PA), que ajuda crianças e adolescentes em situação de risco; e o Instituto de Assistência à Criança e ao Adolescente Santo Antônio, de Manaus (AM), que atende menores vítimas de abuso ou exploração sexual.
Quer também que ele seja condenado com urgência e que sua sentença seja divulgada nos veículos de comunicação nacionais, apuração das infrações éticas cometidas por Sikêra durante o exercício de sua função como jornalista, que o Ministério Público apure os supostos crimes do apresentador e, por fim, que todas as pessoas já agredidas verbalmente por ele sejam ouvidas em juízo.