A CoronaVac pode se tornar a primeira vacina contra covid-19 a ser aprovada no Brasil, ficando disponível para aplicação em janeiro de 2021. Nessa segunda-feira (23), o Instituto Butantan anunciou a conclusão dos testes clínicos de fase 3 do imunizante, que agora depende apenas da autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
De acordo com a instituição parceira da chinesa Sinovac na produção da vacina, o estudo já alcançou os requisitos exigidos para a abertura e a verificação da eficácia. Até agora, 74 participantes pegaram a doença, quantidade superior à requerida para esta fase, que era de 61 voluntários infectados pelo coronavírus.
Com isso, os resultados serão enviados à Anvisa na primeira semana de dezembro, para a agência reguladora analisar os dados. A abertura possibilitará verificar quantos voluntários contaminados estavam protegidos, lembrando que os testes eram do tipo duplo cego, no qual metade recebe a vacina e os demais são tratados com placebo.
Na fase 2 do ensaio, os resultados divulgados pela revista Lancet, no último dia 17, concluíram que a CoronaVac apresentou uma eficácia de 97%, se mostrando segura e com capacidade de produzir resposta imune 28 dias após a aplicação.
Quando sai a resposta da Anvisa?
Ainda não há um prazo definido para que a Anvisa anuncie a sua decisão em relação à autorização da CoronaVac. Mas o Butantan espera que o processo de aprovação seja concluído ainda em 2020 ou até o início de janeiro.
Caso a autorização seja concedida, o instituto quer começar uma campanha de vacinação logo em seguida, aproveitando as 46 milhões de doses que devem estar disponíveis no início de 2021.
Segundo o diretor do Butantan Dimas Covas, a CoronaVac poderá ser incluída no Programa Nacional de Imunizações. Mas vale ressaltar que a aquisição pelo Ministério da Saúde ainda não está confirmada, para a distribuição pelo Sistema Único de Saúde (SUS).