A causa da morte do voluntário da CoronaVac, que teria feito a Anvisa suspender os testes com a vacina, foi suicídio. A informação foi divulgada inicialmente pela TV Cultura, ligada ao governo de São Paulo, pelo jornal “O Estado de São Paulo” e confirmada pela TV Globo.
Mais cedo, o governo de São Paulo afirmou, em coletiva de imprensa, ser impossível relacionar o “evento adverso grave” que acometeu o voluntário do estudo clínico da CoronaVac com o imunizante.
Na noite desta segunda-feira (9), a Anvisa suspendeu os testes da vacina da Sinovac, feita em parceria com o Instituto Butantan, após ter sido notificada sobre um “evento adverso grave” em um voluntário.
“Os dados são transparentes. Por que nós sabemos e temos certeza de que não é um evento relacionado à vacina? Como eu disse, do ponto de vista clínico do caso e nós não podemos dar detalhes, infelizmente, é impossível, é impossível que haja relacionamento desse evento com a vacina, impossível, eu acho que essa definição encerra um pouco essa discussão”, afirmou o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas.
A declaração foi dada pelo diretor durante coletiva de imprensa na sede do Instituto Butantan, após o governo paulista se reunir virtualmente com representantes da Anvisa para tratar sobre a suspensão dos testes. Na noite de segunda, Dimas Covas afirmou que o voluntário morreu, mas disse que o óbito não tinha qualquer relação com a vacina.
Durante a coletiva desta terça, representantes do governo de São Paulo demonstraram indignação com a medida e defenderam que não há relação entre o evento adverso e o imunizante.
“Não houve nenhuma relação da vacina com o evento adverso grave apresentado”, defendeu o secretário estadual de saúde, Jean Gorinchteyn.
Dimas Covas disse que a suspensão, além de desnecessária, provoca “dor e sofrimento nos voluntários”. “Não haveria a necessidade desse tipo de medida, que poderia ser resolvido administrativamente, como foi feito hoje de manhã”, disse Covas.
“Se interromper um estudo clínico que está indo muito bem causa sofrimento, causa dor, causa insegurança, naquelas pessoas que já foram submetidos ao estudo, causa dificuldade naqueles que querem ser submetidos ao estudo e que estão na fila para receber a vacina ou o placebo. Ou seja, são os voluntários, as pessoas que se dedicaram a esse estudo exatamente para trazer a esperança da vacina”, disse Covas.
G1